Chico Buarque apresenta a turnê "Caravanas" com dois shows em Fortaleza
Depois de seis anos, Chico Buarque volta a Fortaleza para dois shows neste fim de semana, com repertório de seu mais recente discoChico Buarque está em plena forma. A mesma que encanta e arrasta multidões há mais de 50 anos, em uma euforia de lotar plateias fervorosas. Importante voz cronista, política, social e sobre amantes, a sofisticação popular de Chico é reafirmada em novo disco, o 23º da carreira. A turnê do trabalho, Caravanas, chega a Fortaleza em shows amanhã e sábado, no Centro de Eventos do Ceará.
O álbum que motiva a turnê foi lançado em agosto do ano passado, mas não sem instigar debates nas redes sociais, que giraram em torno das músicas Tua Cantiga - em que o autor foi acusado de personalizar machismo em sua (bela) canção - e Blues para Bia. Na segunda, Chico se mostra vigilante ao tecer a letra: "No coração de Bia/ Meninos não têm lugar / Porém nada me amofina / Até posso virar menina / Pra ela me namorar".
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Além do novo repertório, canções mais antigas estão no setlist, em um percurso por 31 composições do artista, como Dueto, Mambembe, Palavra de Mulher, Outros Sonhos, Geni e o Zepelim e Futuros Amantes.
Ladeado de queridos e antigos parceiros, Chico viaja o Brasil ao lado de sete multi-instrumentistas, em banda formada originalmente em 1987, à época da turnê Francisco: João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Bernardes (flauta e sopros) e Jurim Moreira (bateria). O maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos também é presença nos shows de Chico desde então. Ele é quem orquestra a direção musical do espetáculo.
Esta turnê tem ainda algo particular, lembra o maestro. É a primeira em 35 anos sem a presença do aclamado baterista Wilson das Neves, que companhou a trupe de Chico por mais de três décadas até falecer, em 2017. "Este show é dedicado a ele", conta Luiz Claudio Ramos em entrevista ao O POVO. "A lembrança dele é sempre presente. Foi uma pessoa muito especial, muito inteligente", evoca.
O espetáculo, portanto, segue o fluxo inverso de muitos artistas atualmente, que fazem shows mais enxutos, com número reduzido de músicos no palco. "Existe uma arte, que é a de escrever para orquestra. Com a decadência da indústria fonográfica e da venda de discos, começou a acabar esse tipo de conceito de usar orquestra. Então, isso foi se refletindo em shows. A situação do músico, atualmente, é muito complicada", contextualiza.
O maestro, que outrora sentia-se intruso na estrada com a banda de Chico Buarque, conta que baixou a guarda quando percebeu uma forma de compreender as músicas. "Tem uma matemática. Eu já tinha a experiência de estúdio. Fui diretor musical do Quarteto em Cy durante muito tempo, que foi uma escola". Foi na turnê de Paratodos em que o maestro passou a fazer parte, de vez, da trupe de Chico.
Setlist do show
Minha Embaixada Chegou
Mambembe
Partido Alto
Iolanda
Casualmente
A Moça do Sonho
Retrato em Branco e Preto
Desaforos
Injuriado
Dueto
A Volta do Malandro
Homenagem ao Malandro
Palavra de Mulher
As Vitrines
Jogo de Bola
Massarandupió
Outros Sonhos
Blues pra Bia
A História de Lily Braun
A Bela e a Fera
Todo o Sentimento
Tua Cantiga
Sabiá
Grande Hotel
Gota d'Água
As Caravanas
Estação Derradeira/Minha Embaixada Chegou
Geni e o Zepelin
Futuros Amantes
Paratodos
Caravanas - Show com Chico Buarque e banda
Onde: Centro de Eventos do Ceará (av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz)
Quando: 21 e 22 de setembro (sexta e sábado), às 21h30min (abertura da casa: 20 horas)
Quanto: entre R$ 95 e R$ 400. Vendas na Loja Feitiço (Shopping Iguatemi) - sem taxa
Venda Online: bilheteriavirtual.com (taxa: 15%)
Classificação indicativa: 16 anos.
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