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"Religião deve ser espaço de acolhimento e não de exclusão"!, diz Kleber Lucas

No dia do seu aniversário, o cantor gospel Kleber Lucas afirmou que, nos espaços que deveriam haver mais compreensão, como as religiões, há uma segregação. O músico gospel se apresentou na terceira noite do Festival Vida & Arte
18:53 | Jun. 23, 2018
Autor Angélica Feitosa
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As religiões deveriam pregar o respeito e o amor. O que se observou no Brasil - uma terra que foi devastada por colonizadores quando já se tinha um povo nela, com sua cultura e religião - foi o genocídio e a completa falta de respeito às origens indígenas. Na opinião do cantor gospel Kleber Lucas, a intolerância religiosa é o maior desafio da atualidade no quesito das religiões. O pastor carioca da Igreja Batista Soul participou, no fim da tarde deste sábado, 23, de entrevista aberta no Festival Vida & Arte, antes do show. Na conversa com o público, ministrada pela jornalista e ombudsman do O POVO, Daniela Nogueira, e pelo repórter do O POVO Online, Samuel Pimentel, ele falou da ajuda que deu ao terreiro de candomblé, incendiado em novembro do ano passado. “A primeira coisa que a gente precisa entender é que Jesus veio à terra e mandou que nós nos amássemos . E a gente ama principalmente quando a gente auxilia, acolhe e tem respeito pelo irmão, seja qual for a religião dele”, aponta. Mais de 40% dos escravos do continente africano vieram para o Brasil e, afirma Kleber, não houve espaços para que eles cultivassem a própria fé. “Quem mais sofre na nossa sociedade são os negros e as religiões de matrizes africanas”, pontua e foi aplaudido pelo público que participou da entrevista. O cantor, ganhador do prêmio Grammy Latino de Melhor Álbum de música cristã com o disco Profeta da Esperança em 2013, participou, no terreiro de candomblé Cazo Kwe Ceja Gbe, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, de um evento para angariar fundos para a instituição. O local foi incendiado criminosamente em 2014, motivado por intolerância religiosa, e foi reconstruído graças à campanha. Kleber Lucas entregou ainda para a o terreiro, um total de R$ 12 mil, mas sofreu xingamentos e rechaço de grupos que não acreditam na tolerância religiosa. “Um Cristo europeu que veio de outro continente escravizar seres humanos não é o meu Cristo”, avisa. O pastor é amigo pessoal do padre Fábio de Melo e diz que pároco ajudou na reconstrução do terreiro. “O preconceito de classe social, raça e orientação sexual não tem nada a ver com os ensinamentos de Jesus. A mensagem Dele não é o trono. É a bacia para lavar os pés”, ensina.

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