40 estabelecimentos ficaram sem energia no Carnaval do Cumbuco
Associação de Bares e Restaurantes no Ceará denuncia "descaso" após transformador queimar e empresários e moradores ficarem sem luz em parte do sábado e domingo de folia
Cerca de 40 estabelecimentos do Cumbuco ficaram sem energia durante parte do sábado e domingo de Carnaval no Cumbuco, nos dias 18 e 19 de fevereiro. A luz voltou sem oscilações somente às 9 horas desta segunda-feira, 20.
A denúncia e o relato partiram da Associação de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel) ao O POVO.
"Um total descaso em pleno Carnaval, gerando prejuízos incalculáveis para o setor de bares, restaurantes e hotelaria. Um transformador queimou no sábado, 18, e desde então aguardavam solução definitiva para o problema, uma vez que os reparos feitos até o momento não obtiveram êxito”, disse a entidade.
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Reinaldo Schallenberger, dono do restaurante “Sabor da Praia” no Cumbuco há 18 anos, é um dos que sofreram com os apagões. O paranaense conta que a primeira queda de energia ocorreu na noite de sábado, por volta das 23 horas, deixando 20 restaurantes e pousadas sem luz por 14 horas.
Conforme o relato, a luz só foi restabelecida às 16 horas do domingo, ou seja, passaram-se 15 horas sem energia.
No domingo à noite, às 23 horas, o transformador que já havia sido trocado ainda incendiou e ocorreu outro apagão de mais de 10 horas. A luz voltou desde as 9 horas da manhã de hoje, segunda-feira, 20 de fevereiro.
“Em um fim de semana prolongado de Carnaval, com pousadas cheias e lotadas de turistas. É muito triste para mim ver os turistas indo embora ou indo para outros destinos turísticos. É um total descaso da Enel e do poder publico”, afirma Reinaldo.
O empresário opina que os turistas não retornarão ao Cumbuco, porque apesar de tentarem vender um destino turístico, ficou óbvia a falta de infraestrutura do local.
Já o presidente da Abrasel Ceará, Taiene Righetto, ressalta que entre os maiores prejuízos, além de insumos dos restaurantes e pousadas, foi a perda de 60% dos clientes que foram embora.
“A impressão que estou tendo é que, depois que a Enel anunciou a saída do Estado, estão fazendo o mínimo do básico. Estão deixando o povo cearense na mão porque não querem gastar dinheiro, investir”, afirma o Taiene.
Em relação ao acontecimento no Cumbuco, a Abrasel está estudando entrar com um processo contra a Enel para reparar os danos causados aos comerciantes.
Taiene afirma que o dano à imagem do Ceará para o turista é irreversível, pois "aparentou precariedade de infraestrutura, o que não é a realidade do Estado".
O POVO procurou a Enel que ainda não respondeu às tentativas de contato.