Domingos Olímpio: volta dos maracatus tem emoção e problemas técnicos

Primeiro dia de desfiles dos maracatus na avenida Domingos Olímpio foi celebrado por foliões, mas problemas de som marcaram o início das apresentações

Três anos depois, os maracatus voltaram à avenida Domingos Olímpio. Princesas, rainhas, pretos velhos, indígenas, orixás, músicos, cantores, brincantes e foliões fantasiados ocuparam as calçadas e arquibancadas montadas na via na primeira noite de desfiles das agremiações no Ciclo Carnavalesco 2023. O retorno à folia foi marcado por emoção dos presentes, mas também problemas técnicos no início da noite. Desfilaram pela avenida neste sábado, 18, os maracatus Nação Axé de Oxossi, Solar, Rei Zumbi, Obalomi, Nação Palmares, Rei do Congo e Leão de Ouro.

Regina Santiago, professora de dança, desfilou neste sábado no Maracatu Solar. Amanhã, segundo dia da programação, ela sai à avenida com o Vozes da África, agremiação da qual participa há mais de 30 anos. Na visão de Regina, a falta do Carnaval afetou a saúde mental de muitas pessoas próximas.

"Pessoas do convívio da gente, que saíam nos maracatus, nas escolas, ficaram doentes, sem querer sair de casa", relata. O retorno, então, é celebrado pela professora. "Nos últimos anos, nós ficamos só na vontade. Voltar é uma sensação maravilhosa, única", define.

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FORTALEZA, CEARÁ, 18-02-2023: O retorno do Maracatu, após o período da pandemia. As ruas repletas de foliões e brincantes. Na foto, Regina Santiago, professora de dança e brincante. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo).
FORTALEZA, CEARÁ, 18-02-2023: O retorno do Maracatu, após o período da pandemia. As ruas repletas de foliões e brincantes. Na foto, Regina Santiago, professora de dança e brincante. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo). (Foto: FERNANDA BARROS)

Roseana Xavier, assessora, era uma das artistas que entoava a loa do Maracatu Nação Axé de Oxóssi, “Neste congá de axé, bato cabeça com fé”. A moradora do bairro José Bonifácio canta na agremiação desde 2014, mesmo ano em que começou a compor também o Vozes da África. “Tem sido muito bom para mim porque é o que eu gosto de fazer”, afirma.

Para ela, a emoção do retorno aos desfiles ganha peso especial após a pandemia. “(Não ter maracatu) foi bem doloroso, até porque eu peguei Covid duas vezes. Eu achei que não iria voltar para o Carnaval. Dar esse pontapé inicial depois da pandemia é uma vitória. Ainda que a gente não venha a atingir o primeiro lugar, já é uma vitória estar na avenida cantando”, celebra.

A apresentação do Axé de Oxóssi, porém, foi marcada por problemas técnicos do início ao fim, com microfonia e desajustes. No começo do desfile, a loa entoada e os batuques saíam apenas das caixas de som do início da avenida.

Os brincantes chegaram a interromper o cortejo por cerca de cinco minutos. No retorno, foi possível ouvir a música em toda a extensão da Domingos Olímpio, mas problemas de microfonia aconteceram até o maracatu deixar a avenida.

“Na nossa apresentação, a gente foi prejudicado por conta do som. Deveria ter uma atenção da parte da organização. Começou atrasado, a gente não teve tempo de passar o som direito e entrou de supetão”, compartilhou Roseana. “É terrível, a microfonia atrapalha, a gente sai do tom, não entra na batida igual, então é prejudicial para o grupo”, lamentou. Os desfiles posteriores ao do Maracatu Axé de Oxóssi presenciados pela reportagem não tiveram problemas técnicos semelhantes.

O segundo dia de desfiles dos maracatus na Domingos Olímpio ocorre neste domingo, 19, a partir das 18h40. Desfilam os maracatus Nação Baobab, Nação Fortaleza, Vozes da África, Reis de Paus, Nação Pici, Nação Iracema e Az de Ouro.

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