Super Mario Galaxy 1+2: Coletânea tem visual renovado e experiência atemporal
Super Mario Galaxy 1+2 transporta dois dos melhores platformers 3D de Mario ao Nintendo Switch
Os dois jogos de “Super Mario Galaxy” chegam ao Switch e ao Switch 2 entregando exatamente o que sempre sustentou a força desses títulos: design inteligente, identidade visual clara e um controle que, mesmo herdando soluções do Wii, continua funcional. O uso do giroscópio cumpre o papel, mas não alcança a precisão do antigo sensor de ponteiro do Wii. O toque na tela em modo portátil ameniza parte dessa limitação. Usar o Pro Controller enquanto joga na TV exige um pouco de paciência até pegar o jeito. A configuração mais consistente é usar os Joy-Con destacáveis, que oferecem ajustes rápidos de mira e diminuem a fricção nas fases mais intensas.
O efeito visual deste remaster salta aos olhos de imediato. A resolução mais alta suaviza antigas imperfeições e devolve o brilho ao estilo artístico. No Switch 2, o 4K revela a direção de arte com clareza suficiente para fazer esses jogos parecerem atuais. As cutscenes pré-renderizadas, infelizmente, contrastam por manterem a mesma compressão de imagem da época do Nintendo Wii, mas não atrapalham a compreensão do que está acontecendo no jogo. O cenário espacial, as pequenas planícies esféricas e o contraste de cores mantêm o jogador atento. Nada desvia a atenção porque a estética elimina detalhes supérfluos e reforça a leitura rápida do ambiente.
As trilhas orquestradas continuam precisas e expansivas. O peso emocional da música do Observatório no primeiro jogo e o ritmo energético das fases temáticas do segundo criam presença imediata. Efeitos sonoros funcionam como guia interno: saltos, impacto de inimigos, rotação do ataque, tudo chega limpo e compreensível. O áudio sustenta clareza das ações sem atrapalhar.
Em termos de narrativa, ambos os jogos da coletânea preservam a mesma estrutura original. No primeiro Galaxy, Rosalina e o Observatório trazem um contexto emocional raro nos jogos do Mario, enquanto no segundo esse foco é deixado de lado e o título funciona como uma sequência puramente mecânica. Quem já jogou outros títulos 3D do mascote vai perceber um ritmo parecido com o de “Super Mario 3D World” e com o das fases mais lineares de “Mario Odyssey”.
O apelo de rejogar permanece alto. A quantidade de estrelas, variações de desafios e pequenas mudanças de física entre planetas renovam a sensação a cada visita. A coletânea entrega volume suficiente para dezenas de horas, sem desgaste.
“Super Mario Galaxy 1+2” mantém uma base sólida, mas ainda carrega arestas claras. A mira giroscópica continua imprecisa em situações que exigem controle fino, especialmente quando se tenta coletar estrelitas com o Pro Controller. As cutscenes em menor resolução também quebram a consistência visual alcançada pelo novo tratamento gráfico. O restante do pacote sustenta um padrão elevado: estabilidade de desempenho, direção de arte que resiste ao tempo e volume generoso de conteúdo. Para quem procura uma experiência acessível, duradoura e visualmente impactante, a coletânea entrega exatamente o que promete e se mantém relevante mesmo tantos anos após seu lançamento original.
Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico
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