'Midnight Murder Club' inova ao promover jogo de tiro todo no escuro

'Midnight Murder Club' inova ao promover jogo de tiro todo no escuro

Jogo multiplayer aposta em tensão e diversão entre amigos, com gameplay inovador, controles simples e atmosfera envolvente

“Midnight Murder Club” é um multiplayer online desenvolvido pela Velan Studios que aposta em uma proposta curiosa: colocar seis jogadores em uma mansão completamente escura, armados apenas com uma pistola, uma lanterna e uma faca. Parece bizarro, mas o objetivo do jogo é simples — eliminar os outros antes que eles façam o mesmo com você. A simplicidade das regras contrasta com a intensidade da experiência, que mistura tensão, sustos e momentos engraçados. Não há enredo elaborado ou personagens com motivações complexas, apenas a ambientação de um jogo que lembra experiências de esconde-esconde com um toque mortal.

Os controles seguem uma lógica minimalista: um botão para ligar ou desligar a lanterna, outro para atirar, outro para usar a faca e um atalho para sinalizar posições. Essa simplicidade torna fácil começar, mas não significa que seja sempre confortável. A ausência da tradicional mira por aproximação (ADS), presente em praticamente todo jogo de tiro em primeira pessoa, gera frustração em quem está acostumado a esse recurso. A precisão fica dependente de uma pequena mira fixa no centro da tela, o que pode resultar em erros frequentes, especialmente para iniciantes.

Visualmente, o jogo adota um estilo interessante. A Mansão Wormwood, único mapa disponível até o momento de escrita dessa análise, foi construída para funcionar bem mesmo no breu absoluto. Corredores largos e janelas estratégicas ajudam a equilibrar jogabilidade e ambientação. O efeito da iluminação é um dos maiores trunfos: as sombras e os feixes de lanterna criam uma atmosfera envolvente e tensa, que ganha ainda mais impacto em telas Oled. Apesar de graficamente simples e até um pouco cartunesco, o conjunto funciona porque não distrai, não sobrecarrega e mantém o foco no que importa — a tensão do confronto.

O som é parte essencial da experiência. Cada passo ecoa de forma nítida, uma porta rangendo pode denunciar sua posição e o microfone por proximidade transforma a comunicação em risco constante. É comum ouvir sussurros de aliados, risadas nervosas e até xingamentos abafados, todos transformados em momentos memoráveis. Há também a opção de distorcer as vozes dos outros jogadores, recurso inteligente que evita situações constrangedoras e garante que ninguém seja ofendido durante uma partida.

No quesito rejogabilidade, o título encontra tanto forças quanto limitações. Há diferentes modos de jogo, tanto competitivos quanto cooperativos. Ainda assim, o destaque absoluto é o modo Curinga, que introduz cartas capazes de alterar as regras da partida, adicionando caos e variedade. Essa imprevisibilidade mantém o frescor, mas a falta de mais mapas e de sistemas de progressão faz com que a experiência se esgote rápido, especialmente para quem joga sozinho.

Veja o trailer de "Midnight Murder Club":

O maior mérito em “Midnight Murder Club” está na diversão em grupo. O serviço Passe de Amigo, que permite até cinco amigos jogarem sem precisar comprar o jogo, mostra o quanto a proposta do jogo depende de companhia. O que menos agrada na sua proposta é a ausência de variedade e a dificuldade em encontrar partidas públicas, algo que compromete o futuro do título. “Midnight Murder Club” diverte em rajadas curtas, rende boas histórias entre amigos e entrega um multiplayer honesto, ainda que limitado.

Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico

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