Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra eleita para a ABL

Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher a ser eleita para a ABL e também é a mais jovem no quadro de imortais

17:13 | Jul. 11, 2025

Por: Eduarda Porfírio
Ana Maria Gonçalves é eleita para Cadeira Nº33 da ABL (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Na última quinta-feira, 10, Ana Maria Gonçalves foi eleita para a Cadeira nº33 da Academia Brasileira de Letras. A escritora de 55 anos é a primeira mulher negra a ser eleita para a ABL, em 128 anos de existência, e também a imortal mais jovem.

A informação foi divulgada nas redes sociais da própria ABL: "Escritora, roteirista e dramaturga, ela é autora do aclamado romance 'Um Defeito de Cor', vencedor do Prêmio Casa de las Américas (2007) e eleito como melhor livro de literatura brasileira do século 21 por júri da Folha de S.Paulo. Inspirou o samba-enredo da escola de samba Portela no carnaval de 2024 no Rio de Janeiro".

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Ana Maria recebeu 30 dos 31 votos possíveis. O outro voto foi para Eliane Potiguara, escritora de “Conhori e as icamiabas: Guerreiras da Amazônia” (2025).

A mineira passa a ocupar a cadeira do gramático Evanildo Bechara (1928-2025), vaga desde o falecimento dele em 22 de maio.

Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Remilson Soares Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho Ramalho de Melo eram os outros escritores inscritos para a vaga.

“Um Defeito de Cor”: de samba enredo à clássico

Considerado um clássico da literatura brasileira, a ficção “Um Defeito de Cor” narra a história de Kehinde, uma mulher africana que foi escravizada e parte em busca de reencontrar o filho, durante o século 19.

Além do impacto na literatura por trazer um texto profundo e visceral sobre temas como escravização de pessoas negras, racismo, ancestralidade e resistência, a obra inspirou o samba-enredo da escola de samba Portela no carnaval de 2024, no Rio de Janeiro.

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