Mario Kart World é rápido, caótico e muito divertido
Jogo de corrida, reinventa a fórmula clássica com mundo aberto, gráficos belíssimos, trilha marcante e novos modos de jogo
“Mario Kart World” opera como um parque temático sobre rodas. O tradicional jogo de corrida de kart da Nintendo expande-se para um continente inteiro onde pistas se entrelaçam sem tela de carregamento, permitindo acelerar da Fazenda Moo Moo até o Castelo do Bowser em uma viagem única. Mesmo jogando num televisor 4K, o Switch 2 mantém 60 quadros por segundo com 24 corredores na pista, tornando-o um belo cartão-de-visitas do novo console da marca japonesa. A estrutura de copas continua lá, mas cada pista agora dura uma volta e emenda imediatamente na seguinte, transformando o velho Grand Prix em uma experiência diferente, mas familiar, que conquista novatos e veteranos da série com a mesma facilidade desde o primeiro minuto.
História não é foco, ainda assim há fio condutor leve: viajar do litoral até o vulcão de Bowser coletando medalhas, quase como um desenho animado. Personagens entregam carisma; ver Donkey Kong dar dab no salto ou dividir curva com uma vaca ao volante rende risadas. Para quem curtiu o clima de road trip de “Forza Horizon”, a sensação de passeio é familiar.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Os controles seguem intuitivos: gatilho direito acelera, o “A” salta e ativa truques, enquanto o tradicional drift com o botão “R” garante um miniturbo. As novas manobras aéreas pedem pressionar o analógico para cima no salto; nas primeiras corridas é fácil perder tempo, porém desativar a assistência de direção e manter automático de aceleração desligado oferece mais precisão. Crianças podem ligar essas ajudas sem frustração.
Visualmente, “World” é a evolução que a série precisava. Texturas nítidas, iluminação e um sistema de clima que troca trovões por pores-do-sol deixam cada pista com cara própria, mas sempre legível mesmo na bagunça de 24 pilotos. O novo Arco-Íris, cintilando como vitral neon, causou pausas só para girar a câmera. Nenhum engasgo ocorreu em tela dividida com quatro jogadores, o que surpreende. O áudio acompanha: arranjos orquestrados mesclam faixas inéditas e temas clássicos, efeitos de slot machine ao pegar item criam tensão imediata e dublagens pontuais – ouvir Pauline cantar ao finalizar um combo é charme garantido. Volume equilibrado evita sobrepor a narração do Knockout Tour e garante imersão.
O modo Knockout Tour de “Mario Kart World” é uma das grandes novidades do jogo e adiciona uma camada extra de tensão às corridas tradicionais. Nele, 24 jogadores competem em uma série contínua de pistas, onde a cada etapa os últimos colocados são eliminados. Isso cria uma dinâmica parecida com jogos de sobrevivência, onde cada curva e cada item podem significar a permanência ou a eliminação. Com ritmo acelerado e mudanças de cenário sem interrupção, o modo exige reflexos rápidos, estratégia e consistência, transformando cada corrida em uma verdadeira batalha pela sobrevivência na pista.
O game não é aquela viagem isenta de buracos, e o principal deles está no modo Free Roam. Apesar de visualmente impressionante, o mundo aberto carece de direção clara: o jogador pode se teletransportar para qualquer lugar desde o início, mas o jogo não registra quais missões já foram concluídas, o que torna a progressão confusa e até frustrante para quem quer completar tudo. Além disso, o modo livre não funciona bem em multiplayer local, servindo mais como um lobby vazio do que uma experiência compartilhada. É um contraste com o capricho visto no restante do jogo e um ponto que merece atenção em atualizações futuras.
“Mario Kart World” é uma celebração ambiciosa da franquia, que acerta ao equilibrar nostalgia e inovação. Mesmo com alguns tropeços no modo livre, entrega uma experiência divertida, acessível e tecnicamente impecável.
Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico
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