Fim de ‘Sandman’ foi planejado antes de acusações a autor, diz roteirista

Sucesso desde o lançamento na Netflix, em agosto de 2022, “Sandman” chega ao fim na segunda temporada, que será dividida em duas partes, com estreias nos dias 3 e 24 de julho. Baseado na obra literária de Neil Gaiman, o encerramento da série se confunde com as acusações de assédio e abusos sexuais contra o autor, reveladas no início deste ano.

Também criadas a partir de adaptações de histórias em quadrinhos de Gaiman, “Good Omens”, da Prime Video, teve a terceira temporada reduzida em um único episódio especial; e “O Livro do Cemitério”, da Disney+, teve produção suspensa.

O fim de “Sandman” com apenas duas temporadas, no entanto, não foi devido às polêmicas que envolvem o escritor britânico. É o que afirma o roteirista da série, David Goyer, à Variety, reforçando a informação dada inicialmente pelo produtor executivo Allan Heinberg.

Leia também | Novas acusações contra Neil Gaiman ligam autor ao tráfico humano

Última temporada de‘Sandman’ na Netflix foi determinada antes de acusações a Neil Gaiman

“[O final] foi planejado há mais de dois anos. E tivemos muitas discussões, Allan e eu, com a Netflix. E, obviamente, amamos os livros, mas uma das preocupações sobre alguns dos arcos da história é que o Sonho não está muito presente neles”, explicou, detalhando que a “preocupação” era que o personagem de Tom Sturridge não apareceria por seis episódios.

Confira | Editora rompe com Neil Gaiman após denúncias de abuso sexual

Além disso, o roteirista comenta que boa parte do material para fazer a série focada em Sonho já havia sido utilizado logo nos primeiros episódios. “Sempre há a possibilidade de podermos fazer algum outro material derivado. Mas era apenas uma questão de, tipo, faremos isso em três temporadas? Faremos isso como quatro? E, novamente, simplesmente decidimos: vamos em frente até o fim de ‘The Wake’ – última edição dos quadrinhos de ‘Sandman’”.

‘Neil Gaiman não estava tão envolvido na 2ª temporada de Sandman’, afirma roteirista da Netflix

Sobre as acusações de crimes sexuais contra o escritor Neil Gaiman, David Goyer afirmou “nunca tinha imaginado nada disso”. “Obviamente, é complicado. Tenho um respeito às mulheres que se manifestam nessas situações. É realmente preocupante, mas sei que a Netflix, na época, sentiu: ‘Meu Deus, passamos dois anos fazendo isso. Há todos esses atores, roteiristas e diretores envolvidos que, se não transmitirmos, não seríamos totalmente compensados por isso’”, conta.

Relembre | Revista detalha denúncias de abusos sexuais contra o autor Neil Gaiman

Também responsável por “Batman Begins” (2005), “O Motoqueiro Fantasma” (2007), “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008), “O Homem de Aço” (2013) e outras produções de ação e aventura, Goyer revela que a produção da última temporada de “Sandman” estava bastante adiantada quando as notícias foram reveladas.

“Quando as acusações surgiram, acho que estávamos a três semanas de terminar as filmagens da segunda temporada. Então estávamos muito, muito adiantados no processo e Neil não estava tão envolvido na segunda temporada quanto na primeira”, reforçou.