And Just Like That: entenda sucesso da série derivada de 'Sex and the City'
Revival acompanha Carrie, Miranda e Charlotte aos 50 anos, enfrentando perdas, recomeços e transformações
Quando "Sex and the City" foi ao ar pela primeira vez, em 1998, ninguém estava realmente preparado para o impacto que aquelas quatro mulheres de Nova York teriam.
Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte não só falavam abertamente sobre sexo, amor e carreira, elas faziam isso com um tipo de franqueza e liberdade que, até então, quase não se via na televisão.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O resultado? Um fenômeno cultural que marcou época e deixou marcas profundas na forma como histórias femininas passaram a ser contadas.
Duas décadas depois, o universo criado por Candace Bushnell continua muito vivo. A série “And Just Like That…”, que já está na terceira temporada, retoma a trajetória de Carrie (Sarah Jessica Parker), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis), agora com 50 e poucos anos, enfrentando os altos e baixos da vida adulta com o mesmo charme, mas com muito mais bagagem.
A nova temporada estreou em 29 de maio na Max e traz episódios semanais até 14 de agosto. Com 12 episódios, ela mistura reflexões profundas com drama, humor e moda.
Novas fases, velhos dilemas
Logo no início da série, uma reviravolta: Mr. Big, o grande amor de Carrie, morre depois de sofrer um ataque cardíaco após uma aula de spinning. Essa perda molda toda a primeira temporada. Aos poucos, ela tenta se reconstruir e, já na segunda, reencontra Aidan Shaw, um ex que a pediu em casamento, mas que acabou o deixando para voltar com Big.
Charlotte, agora mãe de duas adolescentes, se vê no meio de situações que vão do hilário ao desconcertante — principalmente quando as filhas começam a explorar questões de identidade e sexualidade.
Já Miranda passa por uma virada importante: ela se separa de Steve, começa um relacionamento com Che Diaz (personagem interpretada pela atriz Sara Ramirez) e entra numa jornada de autoconhecimento intensa.
Na terceira temporada, as mudanças continuam. Carrie está escrevendo um novo livro, e com isso volta uma marca registrada da série original: a narração em off.
Michael Patrick King, criador da série, explicou que nas temporadas anteriores ela não narrava porque "não sabia exatamente o que sentia". Agora, mais centrada, Carrie retoma sua voz — e seus pensamentos mais íntimos.
Carrie Bradshaw sob outro olhar
Por muito tempo, Carrie foi vista como um ícone. Não só de moda, mas de independência e liberdade. Só que, nos últimos anos, principalmente entre o público mais jovem, sua imagem passou a ser reavaliada. Hoje, muita gente vê nela uma mulher mimada, um tanto egocêntrica, que toma decisões afetivas duvidosas.
Mas Sarah Jessica Parker defende sua personagem com unhas, dentes — e um pouco de humor. Em entrevista recente ao jornal The Guardian, ela disse:
“Para mim, um anti-herói é alguém que não age de forma convencional — e Carrie nunca foi convencional”. “Estou louca?”, brincou. “Mas tem muita gente que ainda ama ela!”.
Na nova temporada, segundo a própria Parker, os fãs podem esperar “grandes mudanças” e “novos homens”, o que promete mexer não só com a vida da Carrie, mas com a dinâmica entre todas as personagens.