Filme Sem Ar apresenta situação familiar dramática no fundo do mar
Remake do longa sueco "Breaking Surface", "Sem Ar" estreia nos cinemas, nos levando em uma narrativa sufocante do ser humano versus a natureza, em busca da sobrevivênciaDuas irmãs, que não se veem a um certo tempo, fazem uma viagem a um local remoto, com o intuito de fazer um mergulho. Algo a que já estão acostumadas. Drew (Sophie Lowe) de forma recreativa e May (Louisa Krause) devido ao seu trabalho em uma plataforma de petróleo. Após um acontecimento inesperado, uma delas acaba ficando presa nas profundezas do local. A partir daí começa uma luta contra o tempo para que uma possa salvar a outra antes que seu oxigênio acabe.
Remake do longa sueco “Breaking Surface” (2020), “Sem Ar” é um daqueles thrillers que se baseia em uma situação crítica e inesperada versus um ser humano. Bons exemplos disso são o recente “A Queda” (2022) e “127 horas” (2011). Após estabelecer o impasse principal da trama, o filme foca rapidamente em tentar solucioná-lo. O que é totalmente coerente, devido a situação desesperadora que as duas irmãs se encontram.
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Com exceção de um figurante que aparece ao longe, em dado momento do filme, Sophie Lowe e Louisa Krause são as únicas que vemos em tela durante seus noventa e um minutos de duração. O que, sem dúvidas, é algo bem difícil, já que além de ser “incomum” em longas metragens, ainda trás uma divisão de núcleos muito clara durante o filme. Porém Sophie Lowe e Louisa Krause mantêm a consistência do início ao fim, e mesmo com a pouca interação direta entre as duas, conseguimos compreender a relação daquelas personagens.
Enquanto Drew (Sophie Lowe) busca desesperadamente por recursos, na superfície, para tentar salvar sua irmã, em contraponto vemos May (Louisa Krause) quase imovel debaixo d'água, buscando se manter calma para que seu oxigênio dure o máximo de tempo possível. O que de certa forma acaba por refletir a personalidade de cada uma delas. Enquanto May é mais fria, Drew é bem mais enérgica. O que poderia gerar certo desconforto no espectador, devido a diferença clara de ritmo, caso não houvesse uma boa montagem. Que é o que encontramos em “Sem Ar”, e que ajuda bastante com que o público se conecte com aquela situação além de dar um bom ritmo ao longa.
O diretor Maximilian Erlenwein, que também assina o roteiro do longa ao lado de Joachim Hedén, consegue nos prender em toda aquela situação sufocante, mesmo quando o filme não está se passando debaixo d’água. Além de conseguir deixar muito claro todos os perigos possíveis daquela situação, mesmo para quem não entende de mergulho e seus possíveis perigos. Tudo isso de forma pouco expositiva e natural. Em dado momento do longa descobrimos, que para além do risco da falta de oxigênio, as protagonistas também podem sofrer com a descompressão de seus corpos, que não pode ocorrer de forma brusca, e se feito de forma errada, pode levá-las à morte. O que é muito bem construído.
A fotografia de Frank Griebe ajuda a compor a história de forma que podemos sentir toda a angústia que aquelas personagens estão vivendo, com takes bem fechados, quase dentro de suas máscaras de mergulho, quando dentro d’água. Principalmente nos momentos em que nos vemos com May no fundo do mar. Com takes abertos na imensa escuridão, onde só conseguimos ver o rosto da personagem, graças ao pequeno feixe de luz em sua máscara, nos fazendo perceber a imensidão que toda aquela situação é diante de algo tão pequeno quanto o ser humano. Isso somado ao trabalho de som que foca bastante na respiração das personagens, nos fazendo ficar ainda mais alertas quanto a necessidade urgente de resolver aquilo de forma rápida e eficaz.
Apesar de falhar em um maior aprofundamento de suas protagonistas, tentando construir isso na base de pequenos flashbacks, que se mostram insuficientes para isso, “Sem Ar” prende focando em nos mostrar como resolver aquela situação inusitada e desesperadora. Deixando o espectador tão angustiado quanto as duas irmãs em certos momentos, e nos fazendo querer chegar até o fim dessa jornada, para que possamos descobrir seu desfecho final.
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