'Homem-Aranha: Através do Aranhaverso' é singular e inovador; veja crítica

Estreou nos cinemas "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", uma continuação direta do filme que marcou toda a indústria de animação em 2018

Desde a sua primeira aparição nas páginas dos quadrinhos em 1962, o Homem-Aranha tem sido retratado de diversas maneiras ao longo dos anos. Seja nas animações para a TV, ou até mesmo nas mais recentes adaptações cinematográficas lançadas em 2021. O icônico "amigo da vizinhança" teve sua história revisitada inúmeras vezes, porém, mantendo-se preso a sua já conhecida narrativa familiar.

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No entanto, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", que chegou aos cinemas nesta quinta-feira, 1º, emerge como uma força disruptiva, determinada a quebrar esse ciclo de repetição de uma vez por todas. Não se trata apenas de uma mudança estética, embora seja inegável que a estética seja um dos aspectos mais marcantes e distintivos dessa nova franquia do aracnídeo. O que realmente eleva esse filme a outro patamar é a maneira como ele aborda e desenvolve as questões já conhecidas do herói, proporcionando uma abordagem singular e inovadora.

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A trama se inicia com foco nos conflitos enfrentados por Gwen Stacy (Hailee Steinfeld), em seu próprio universo. Desde os primeiros momentos, "Através do Aranhaverso" deixa claro o porquê de ter sido um divisor de águas, no quesito animação, em 2018.

No universo de Gwen, o longa se utiliza de uma técnica de animação que incorpora pinceladas de aquarela. O filme brinca habilmente com as cores, utilizando-as como uma expressão vívida dos sentimentos experimentados pelos personagens, em uma abordagem jamais vista em qualquer outra produção animada. Onde o cenário pode interagir diretamente com as falas e sentimentos dos personagens.

Após enfrentar um inimigo que não pertence ao seu universo, Gwen conhece Miguel O’Hara (Oscar Isaac), o Homem-Aranha que é responsável por toda uma sociedade de Homens-Aranha e de manter o equilíbrio entre todos os multiversos, custe o que custar.

Após esses acontecimentos, encontramos Miles Morales (Shameik Moore) que se encontra na Terra 1610, a mesma que deu origem ao nosso protagonista. Mais maduro e decidido, Miles é um Homem-Aranha experiente, não apenas no que diz respeito aos seus poderes, mas também em relação à sua vida pessoal.

Embora ainda enfrente os conflitos típicos de qualquer adolescente de 15 anos, nosso protagonista salva vidas diariamente e enfrenta qualquer ameaça que possa surgir para ameaçar o Brooklyn. Isso, por si só, já seria uma responsabilidade imensa para qualquer pessoa, imagine para um jovem estudante porto-riquenho. Apesar de tentar mostrar que está tudo bem, Miles se sente sozinho, mesmo com a presença marcante de seus pais (na medida do possível) em sua vida.

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é sobre amadurecimento e solidão

E é exatamente sobre isso que "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" trata: amadurecimento e, sim, solidão. Embora traga dezenas de Homens-Aranha e Mulheres-Aranha de diferentes universos, cada um desses personagens teve que lutar contra seus traumas de forma solitária, e se forçando a amadurecer antes do tempo. Algo que o filme transmite de maneira clara, mesmo sem precisar contar a história detalhada de cada um.

A família, sem dúvida, sempre foi um dos principais focos de qualquer história do Aranha. Tio, tia, pai, mãe, todo Homem-Aranha perdeu um ente querido. Isso sempre foi retratado como um divisor de águas na jornada do protagonista, e isso não deixa de ser verdade. Mas e se, com Miles, as coisas forem diferentes? E se, apesar de toda solidão e batalhas que o personagem enfrenta, no final ele não precisar passar pelo mesmo que os outros passaram para se tornar um Homem-Aranha? Afinal, não devemos permitir que nossas cicatrizes nos definam.

"Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" vai muito além de avançar e consolidar a história de um protagonista no seu segundo filme. Ele estabelece paralelos com outros personagens, ao mesmo tempo em que demonstra a singularidade de cada um deles. Os traços visuais únicos utilizados para ilustrá-los variam desde o estilo pesado e rígido de Miles, que se assemelha muito aos quadrinhos, até um Homem-Aranha totalmente construído a partir de colagens, em um puro estilo punk-rock inglês.

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é divisor de águas na animação e cultura pop

Através do Aranhaverso mostra todo o potencial que uma animação tem, ampliando e melhorando de forma singular a força que esse estilo de filme pode ter. Com a direção de Joaquim Dos Santos e Justin K. Thompson, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" se consagra como um divisor de águas no cinema de animação e na cultura pop. Com seus 140 minutos de duração, que superam o filme anterior em qualidade, e que respeitam o legado desse personagem icônico da cultura pop. Sem dúvidas é um filme que merece ser visto e revisto com muito carinho e atenção.

Licença, leitor!

Aqui peço licença ao querido(a) leitor para dedicar este texto à minha avó. Luiza me introduziu ao mundo do Homem-Aranha, seu personagem favorito, que a acompanhava nos momentos de solidão. Hoje, o Homem-Aranha também é meu personagem favorito, assim como o do meu filho. Tenho certeza de que, onde quer que esteja, não importa o universo, Luiza está comigo, assistindo ao Homem-Aranha, qualquer que seja ele.

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