Alceu Valença fala sobre projetos futuros e a música brasileira na internet

O cantor e compositor Alceu Valença, que retorna a Fortaleza para o Festival Zepelim, fala sobre o mercado da música atual e comenta projetos futuros

Alceu Valença acaba de retornar de uma turnê na Europa - onde se apresentou em cidades como Amsterdã, Berlim, Dublin, Londres, Zurique, Madrid, Barcelona, Lisboa e Porto - e continua seus shows pelo Brasil. Em poucas semanas, passou por Brumadinho e Palmeira dos Índios, chega a Fortaleza para o festival Zepelim no sábado, 20, e segue para Brasília e Rio de Janeiro. Assim tem sido o cotidiano do cantor que, durante o período de isolamento social, produziu uma trilogia de álbuns, lançou músicas inéditas e realizou espetáculos virtuais.

“Eu não faço muitos planos, não. As coisas vão acontecendo. Eu não tinha plano de fazer uma turnê na Europa, mas foi um sucesso tão grande que o produtor de lá pediu mais outro mês e, por isso, volto em outubro do próximo ano. Eu vou fazendo as coisas. Agora estou na estrada, estou o tempo todo na estrada”, comenta o artista. Aos 76 anos, o pernambucano não planeja seu futuro, mas já tem uma série de projetos encaminhados pela frente.

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Um deles é o “Valencianas II”, com a Orquestra Ouro Preto, que começa no dia 28 de agosto, no Rio de Janeiro. O espetáculo, que iniciou presencialmente em 2019, mas precisou ser suspenso durante a pandemia, retorna com várias datas marcadas em cidades brasileiras. O trabalho, que estará disponível nas plataformas de streaming, adapta as canções de Alceu Valença para a música de concerto.

“Já faz 10 anos que fizemos o primeiro concerto. A nossa relação começa com um amigo meu, o Paulo Rogério, que conhecia a orquestra e sugeriu que fizéssemos um show juntos. Um dia, nos encontramos com o maestro quando estava em Recife e iniciamos o projeto”, recorda o artista.

O outro trabalho que já consta em sua programação é o Carnaval de 2023. Ele, por exemplo, fundou o “Bloco Bicho Maluco Beleza” em São Paulo, que leva aspectos da festividade pernambucana para a capital paulista. Os principais hinos de Alceu Valença sempre estão presentes, como “La Belle de Jour”, “Anunciação” e “Coração Bobo”. “O bloco é no parque Ibirapuera e foi aumentando com os anos. Agora tem mais de 300 mil pessoas, é um absurdo”, diz.

Alceu Valença e Paulo Rafael

Um dos trabalhos mais recentes de Alceu Valença é o álbum “Alceu Valença e Paulo Rafael”, gravado com seu parceiro de longa data que faleceu no ano passado. O disco, que se tornou uma homenagem póstuma a Paulo Rafael, faz parte da série de discos que o cantor pernambucano gravou durante a pandemia. Além desse trabalho, foram divulgados “Sem pensar no amanhã” (2021), “Saudade” (2021) e “Senhora estrada” (2021).

No repertório, estão canções como “Molhado de suor”, “Na primeira manhã”, “Anunciação”, “Girassol”, “Eu vou fazer você voar”, “Sabiá” e “Amor que vai”. “Fada lusitana”, uma música inédita, também foi incluída entre as faixas.

Música nas plataformas digitais

“La Belle de Jour” atingiu mais de 226 milhões de visualizações no Youtube. Em outras plataformas digitais, suas canções também tiveram uma grande repercussão entre os usuários da internet nos últimos anos.

Para Alceu Valença, é impossível explicar o fenômeno que ocorre com a música nas redes sociais. Mas ele comenta: “A internet democratizou muito a música. Antigamente, você tinha um domínio anglófono, porque as gravadoras quase sempre eram inglesas. Você empurrava na rádio essas músicas, com o trabalho de marketing e, às vezes, de compra. Quando veio a internet, isso se democratizou mais. Uma música minha, que foi lançada na década de 1990, recebe um pipoco desse. É um absurdo. Não há quem possa entender. São coisas que não podem ser explicadas”.

Para exemplificar a situação, ele fala sobre o forró, gênero que obtém alcance internacional por meio das plataformas digitais. “Se você abrir o Youtube, vai ver vários músicos tocando forró nas ruas do Japão. A Alemanha tem um festival de forró. A música brasileira agora tem espaço”, avalia.

Alceu Valença nutre boas expectativas para o mercado musical brasileiro nos próximos anos. “Espero que a música brasileira comece a crescer mais lá fora. Acabou essa história de você ser dominado por outras línguas. Agora, você pode ouvir uma música brasileira, uma música argentina, uma música francesa”, cita.

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