Bandas Telerama e Moço Velho revivem o indie cearense em show na sexta, 8

O Projeto Noise 3D acontece com bandas pela primeira vez desde o início da pandemia, nesta sexta-feira, no Noturna Bar

Nesta sexta-feira, 8, o Projeto Noise 3D, que une discotecagem rock com shows autorais, chega à 68º edição buscando promover uma noite especial. Com duas bandas originais da época em que o evento acontecia no palco do Noise 3D Club, Telerama e Moço Velho se reúnem, a partir das 21 horas, no Noturna Bar.

Nos anos 2000, a cena alternativa de Fortaleza fervia, com muitas bandas estreando e tocando no palco do Noise 3D Club, casa que se tornou referência e parte da história do rock local. Há exatos 15 anos, o espaço fechava as portas, mas o Projeto Noise 3D continuou vivo em edições nostálgicas como as esporádicas.

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Telerama

Já são 10 anos desde o último show e 14 anos da passagem da banda pelo festival norte-americano SXSW. De lá pra cá, os integrantes tiveram outros projetos musicais – Subcelebs, Januei, Eletrocactus – e, para eles, revisitar esse repertório está tendo um gostinho a mais.

“A Telerama foi a nossa primeira banda e a que nos levou mais longe. Lançamos nossos disquinhos gravados em casa, tocamos pelo Nordeste, fomos indicados a prêmios e viajamos para fora do Brasil pela primeira vez na vida pra tocar”, conta Alinne Rodrigues, vocalista.

Ela ainda relembra, em entrevista ao Vida&Arte, sobre os momentos que mais sente falta da época em que todos moravam perto. “Com certeza se reunir para ensaiar e compor. A gente fazia tudo isso em casa, não tinha que ficar controlando o tempo, e a gente se dedicava ao processo. Fazer show com frequência e assistir aos shows das outras bandas, principalmente no Noise, é também uma grande saudade. Toda semana a gente sabia onde ir para ver uma banda autoral legal tocando e encontrar os amigos sem precisar combinar”, diz ela.

Quando a pandemia começou, os integrantes se reuniram para gravar uma música de forma remota, Alinne e Igor na Suécia, onde moram há 5 anos, e Nyelsen e Wesdley em Fortaleza. Wesdley Vasconcelos explica o porquê da canção escolhida ter sido “Sem Ter Amor”.

"‘Sem Ter Amor’ é uma canção bissexta, daquelas que só aparecem junto com algum fenômeno natural raro, como a passagem de um cometa ou a aparição de uma super-lua. Nesse imenso hiato da banda eu sempre guardei a música com muito carinho até que me vi ensinando-a para as minhas filhas em casa no meio da pandemia. De repente, me veio à mente a heresia de gravar um cover em ritmo de bossa nova. Essa versão inesperada serviu de embrião para uma criação coletiva feita totalmente à distância, cada um de sua casa, no auge da pandemia. Esse modelo criativo nos permitiu sair do convencional no processo de arranjo da música. Bateria eletrônica e sintetizadores foram incorporados na estética da Telerama, que sempre foi mais crua. Essa liberdade gerou uma versão deliciosa e super divertida da canção”, diz ele.

Wesdley comenta que voltar aos palcos tem um poder simbólico muito grande e entende que, mesmo que a pandemia não tenha acabado, o pior momento já passou. “A pandemia não acabou, tanto pelas ondas sazonais da Covid quanto pelo luto de tantas perdas, mas o pior momento parece, sim, ter passado. E todos sabemos que a classe artística foi uma das mais afetadas. Então reviver a sensação de voltar aos palcos é uma espécie de um renascimento nosso, como artistas e como seres sociais. Isso vem somado ao fato de emularmos uma época nostálgica da cena de Fortaleza e também de nossas vidas. O show será uma viagem no tempo pra nós e pra quem assistir”, completa ele.

Alinne Rodrigues afirma que a banda irá tocar músicas da Telerama e de outros dois projetos que tiveram na sequência: Banda Desenhada e Subcelebs. Além de “Sem Ter Amor”, a vocalista garante as faixas “Querida Máquina”, “Café Pra Quê?”, “Diálogo”, “Galera Paia”, dentre outros sucessos.

Moço Velho e retomada 

Formada por quatro ex-integrantes da banda “69% Love”, uma das precursoras da cena indie rock local, a Moço Velho retorna aos palcos com novo repertório.

O Projeto Noise 3D acontece com bandas pela primeira vez desde o início da pandemia. “O Noise sem banda não é o Noise. A gente cresceu e apareceu por conta das bandas, e nesta sexta a gente vai querer ver como rola dentro desse novo normal”, diz Dado Pinheiro, DJ e um dos criadores da festa.

Segundo ele, é a noite perfeita para reunir todo mundo que usava camiseta do Strokes, dançava em casa com as primeiras gerações de mp3 players e comentava nas comunidades do Orkut, como se fosse 2007.

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