Músico Carlinhos Perdigão morre em decorrência da Covid-19

A informação foi confirmada pela esposa do músico, a jornalista Daniele Andrade, em publicação nas redes sociais. O artista estava intubado desde o dia 21 de junho

O baterista, poeta, produtor cultural e arte-educador Carlinhos Perdigão faleceu nesta sexta-feira, 2, em decorrência da Covid-19. A informação foi confirmada pela esposa do músico, a jornalista Daniele Andrade, em publicação nas redes sociais.

"É com muita tristeza e dor no coração que trago essa notícia. Meu amado Carlinhos partiu. Agradeço a todos vocês, alunos, amigos, pessoas que não o conheciam pessoalmente, mas admirava seu trabalho, pelas orações e apoio", escreveu.

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Carlinhos precisou ser internado no dia 11 de junho devido à baixa saturação de oxigênio. Ele permaneceu em observação até ser intubado no dia 21. A família continuou atualizando o estado de saúde do baterista por meio de publicações em seu perfil no Instagram.

No último boletim, publicado nesta quinta, 1º, Daniele informou sobre o agravamento do caso. "Além da disfunção pulmonar, ele também vem mostrando disfunção cardiovascular e renal associadas. Continuo em oração pedindo força e que seja feita a vontade de Deus", disse.

Em 2020, o músico participou do projeto "Os Cearenses", da Fundação Demócrito Rocha (FDR), ao acompanhar o cantor Marcelo Justa na gravação da música "Enquanto Engoma a Calça", de Ednardo. Ele também preparava a 2ª edição do livro "A Arte em Estado Crônico", em parceria com outros quatro autores.

Durante o período de lançamento do seu primeiro CD "Palavra", o músico realizou shows na programação do Festival Vida&Arte em 2018. A versão do projeto em DVD foi lançada ainda em abril deste ano. Carlinhos Perdigão atuou em diversos projetos culturais cearenses e também já fez shows em várias cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e Brasília.

"Ele era de juntar as pessoas ao redor"

O músico Marcelo Justa, que participou ao lado de Carlinhos no projeto “Os Cearenses”, da Fundação Demócrito Rocha (FDR), em 2020, relata a dor de perder um grande parceiro. “Carlinhos Perdigão foi uma pessoa muito querida por todos, um grande amigo, músico e arte-educador muito atuante na nossa cena cultural. Com certeza tudo o que ele fez enquanto artista e como ser humano vai permanecer vivo na nossa memória e nos nossos corações”, conta.

A presença constante do trabalho do artista sempre existiu na vida da jornalista Joanice Sampaio, 47, que acompanhava o trabalho do baterista antes mesmo de ser apresentada a ele. O que ela não imaginava é que ele seria seu professor, orientador, padrinho de formatura e parceiro. “Estou totalmente sem chão, a gente fez muita coisa, ele era muito incentivador de tudo, das coisas boas, das ideias. Como a gente nunca sabe quando se despede, o nosso último encontro foi em dezembro, em uma live comemorando os dez anos de banda do Jardim Suspenso”, relembra.

O grupo mencionado por Joanice era uma das tantas iniciativas musicais de Carlinhos. Ele também participou dos grupos instrumentais Caixa de Som e Realce, além do Zeppelin Blues, um tributo à banda Led Zeppelin. "Ele era um músico muito criativo, talentoso, tinha muita referência de música brasileira, dos rock 70. Era muito influenciado pelo Led Zeppelin. Falar de Led Zeppelin é a mesma coisa do que falar de Perdigão, para quem conhece a relação dele com a banda. O Ceará perdeu um dos seus grandes músicos”, lamenta a cantora e jornalista.

Além da arte, Perdigão também era apaixonado pela educação. A musicalizadora Soraia Sampaio, 49, teve o primeiro contato com o artista enquanto ele lecionava Língua Portuguesa. Ela cita e destaca o seu teor "multi", de quem se propõe a fazer tudo. "Além de ser muito inteligente, ele era muito comunicativo. Ele era de juntar as pessoas ao redor, isso é muito marcante", lembra.

Desta forma, transitando entre mundos artísticos e se conectando com pessoas, Carlinhos Perdigão continuava a contribuir com a cultura. Ele preparava a 2ª edição do livro “A Arte Em Estado Crônico”, feito em parceria com outros quatro autores. Em meio as adversidades, o músico prosseguia produzindo pois, conforme palavras na sua última entrevista ao O POVO no dia 10 de abril, com a arte “podemos nos alimentar e ter experiência que nos sensibiliza".

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