Artistas e escolas de samba lamentam a morte de Nelson Sargento

Vítima da Covid-19, o sambista Nelson Sargento morreu nesta quinta-feira, 27, aos 96 anos, no Rio de Janeiro. Confira homenagens

O sambista Nelson Sargento morreu nesta quinta-feira, 27, aos 96 anos, em decorrência do coronavírus. Ele havia sido internado na última sexta-feira, 21, por causa de complicações da Covid-19. O artista tinha recebido a segunda dose da vacina, mas, apesar disso, foi infectado e não resistiu.

Durante o dia, vários nomes da cultura brasileira prestaram suas homenagens ao cantor. A Estação Primeira de Mangueira escreveu sobre o cantor, que era presidente de honra da escola de samba: “Vai amigo Nelson, com seu jeito fino e elegante, se juntar a Cartola, Nelson, Jamelão e outros bambas, fazer uma roda de samba e olhar por nós”.

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No texto divulgado nas redes sociais, a agremiação agradece à contribuição de Sargento: “A Estação Primeira de Mangueira agradece por tudo. Nossos sentimentos a todos os amigos e familiares”.

Apesar de ter atuado principalmente na Mangueira, outras escolas de samba também se manifestaram e escreveram condolências aos familiares. “O samba hoje está de luto. Infelizmente, perdemos nosso querido Nelson Sargento, no auge de seus 96 anos, para a Covid-19”, disse a Portela nas redes sociais.

“O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela lamentam o falecimento e se solidarizam com seus familiares, amigos e fãs”, continua.

A Mocidade Independente também publicou: “O mundo do samba está de luto! Perdemos o grande Nelson Sargento! Nos solidarizamos com a coirmã Estação Primeira de Mangueira, todos os seus amigos e familiares!”.

Várias agremiações ainda prestaram homenagens, como Império Serrano, Unidos da Tijuca, São Clemente, Acadêmicos do Salgueiro, União da Ilha do Governador, Unidos do Viradouro, Paraíso do Tuiuti e outros.

Em seu perfil no Twitter, Gilberto Gil agradeceu pela contribuição do sambista: “Obrigado, Nelson Sargento, negro, forte, destemido, pela sua contribuição à nossa arte”.

Elza Soares foi outra cantora que lamentou a morte de Nelson Sargento para a Covid-19: “E lá vem a foice dessa pandemia horrorosa ceifar mais uma vida brilhante. Nossa lenda do samba, meu amigo Nelson Sargento. Vou lembrar de você assim, com esse olhar sempre doce. Faça festa no céu, my love”.

Zeca Pagodinho gravou um vídeo em homenagem ao artista. Na legenda, ele comenta: “samba está de luto, pois acaba de perder um de seus maiores baluartes! O querido Nelson Sargento se foi, aos 96 anos, após uma longa vida dedicada à cultura brasileira! Seu legado, tal qual o próprio samba, não morrerá! Vai com Deus, Seu Nelson!”.

Alcione lembra dos modos de agir do artista. “Pertenceu a uma linhagem que quase não se encontra mais. Ele era um lord! Um lord na maneira de se comportar, de se vestir, de falar... Ele era um dos galhos fortes do nosso Jequitibá do Samba, que é a Mangueira".

Conheça trajetória

Presidente de honra da Mangueira, foi cantor, compositor, pesquisador, artista plástico, ator e escritor. Nasceu em 25 de julho de 1924, na capital carioca, com o nome de Nelson Mattos. Ganhou o apelido artístico “Sargento” após uma rápida passagem pelo Exército.

Ainda na adolescência, ele iniciou na música. Em 1955, Sargento escreveu o samba "Primavera" ao lado de Alfredo Português, também conhecido como "As quatro estações", considerado um dos sambas mais bonitos de todos os tempos.

Nos anos 60, Sargento fez parte do grupo A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho. Já fez parcerias na música com Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.

Também marcou presença no cinema, através dos filmes "O Primeiro Dia", de Walter Salles e Daniela Thomas, "Orfeu", de Cacá Diegues, e "Nélson Sargento da Mangueira" de Estêvão Pantoja, recebendo nesse último filme o prêmio Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora entre os filmes de curta metragem. (Ana Flávia Motta/ Especial para O POVO)

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