Mario Frias anda armado no trabalho e grita com servidores, afirma jornal

Tensão, desconforto, medo e sensação de ameaça são relatados pelos trabalhadores da Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro

Funcionários relatam que Mario Frias, secretário Especial da Cultura, deixa arma visível na cintura no local de trabalho, além de gritar e ofender servidores e terceirizados. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela Splash UOL, por meio de fontes que frequentam o órgão.

“Imagine esse contexto e o seu chefe com arma na cintura. O medo e a sensação de ameaça são constantes”, disse uma das fontes à Splash, que preferiu não se identificar. A arma, segundo uma das fontes, "gera mal-estar e desconforto entre funcionários e pessoas que se reúnem com o secretário".

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De acordo com o site da Polícia Federal, Frias tem uma pistola Taurus de calibre .9mm registrada em seu nome. O secretário obteve o porte no fim de 2020, sob a justificativa de que sofria riscos ao ocupar o cargo. O documento permite que um cidadão circule com uma arma de fogo "de forma discreta", de acordo com a Polícia Federal.

Na solicitação, Frias declarou que passava por “um momento com ataques políticos, ameaças e manifestações violentas”. “Tendo em vista que, na condição de secretário Especial da Cultura, participo de eventos e reuniões em todo Brasil, muitas vezes em meio a protestos e manifestações violentos, faz-se extremamente necessário o porte de arma”, disse.

Alguns servidores se queixam de estarem sofrendo “assédio institucional”, afirmando que há boicotes, como a falta de retorno às demandas, e perseguição a servidores chamados a dar informações ligadas à secretaria em audiências públicas.

Em março, um encontro organizado pela Associação de Servidores do Ministério da Cultura (AsminC) resultou no "Relatório sobre assédio institucional nas instituições do executivo federal ligadas à pasta da Cultura", que traz relatos anônimos de servidores da secretaria e de entidades ligadas a ela, como a Funarte, a Casa de Rui Barbosa, a Fundação Palmares e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

De acordo com os entrevistados, essas instituições sofrem com práticas similares, apesar de terem presidentes e diretórios próprios. “Tanto a troca em si, de forma frequente, dos gestores, quanto a seleção de gestores pouco afeitos ou preparados para as áreas em que são destinados, é compreendido por nossos entrevistados como uma forma de 'assédio institucional’”, diz um dos trechos do relatório.

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