Morre o ator Paulo Gustavo, vítima da Covid-19; veja trajetória do artista

Aos 42 anos, Paulo Gustavo morreu hoje, 4, por complicações da Covid-19. O ator, comediante e escritor carioca estava internado há mais de um mês

Paulo Gustavo fez o Brasil sorrir, mas, hoje, um tanto dessa alegria está em silêncio. Aos 42 anos, o ator, comediante e escritor carioca morreu na noite desta terça-feira, 4, por complicações da Covid-19. Ele estava internado desde 13 de março. O artista deixa um marido e dois filhos.

Com quadro de saúde oscilando há mais de um mês, Paulo Gustavo teve uma piora nos últimos dias. Hoje, 4, sua família foi chamada para o hospital em que ele estava internado.

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No comunicado à imprensa divulgado por volta desta terça-feira, às 20 horas, o boletim médico dizia que o estado de saúde do ator vinha deteriorando devido à embolia gasosa ocorrida no último domingo, 2. A nota afirmava que, apesar da irreversibilidade do quadro, o paciente ainda se encontrava com sinais vitais.

Paulo Gustavo deixa uma trajetória inspiradora nas artes. Ele estava na dramaturgia, na apresentação e na literatura. Passeava pelas linguagens do papel, do teatro, do cinema e da televisão, sempre com muito humor. Com 15 anos de carreira, esse eterno menino seguirá reverberando a força do humor para atravessar os tempos árduos, como agora.

Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em 30 de outubro de 1978, em Niterói, município do Rio de Janeiro. O ator estudou interpretação na Casa das Artes de Laranjeiras, tendo se formado em 2005. Ele faz parte da geração de Fábio Porchat, Marcus Majella, Tatá Werneck e muitos outros artistas. Não demorou muito para conquistar o Brasil.

Em 2006, ele montou — sozinho — seu próprio espetáculo, “Minha Mãe É Uma Peça”. O monólogo da personagem Dona Hermínia foi inspirado na própria mãe. Cerca de três milhões de pessoas assistiram Paulo Gustavo dar vida à personagem nos palcos. No mesmo ano, o artista foi indicado ao Prêmio Shell de “Melhor Ator”, uma das maiores premiações da música popular brasileira e do teatro.

Com o sucesso, muitos outros projetos puderam ser realizados. Dona Hermínia, inclusive, estrelou uma sequência de filmes: “Minha Mãe É uma Peça: O Filme” (2013), dirigido por André Pellenz; “Minha Mãe é uma Peça 2” (2016), dirigido por César Rodrigues; e “Minha Mãe é uma Peça 3” (2019), dirigido por Susana Garcia. Concebidas por Paulo Gustavo, tais produções tiveram como base o monólogo de 2006. Os longas-metragens foram sucesso de bilheteria em todo o País.

Dentre os espetáculos emblemáticos de sua carreira, além de “Minha Mãe é uma Peça", há “Hiperativo”, “220 Volts” e “On-line”. Outro grande destaque da trajetória de Paulo são os programas de televisão, como “220 Volts - A Série” (Multishow); “Paulo Gustavo na Estrada” (Multishow); “Além da Ilha” (Globoplay); e as séries “Vai que Cola” e “A Vila”. As últimas, inclusive, têm grande relevância na grade do canal Multishow.

Antes disso, Paulo já havia passado por “Minha Nada Mole Vida”, “A Diarista”, “Casos e Acasos” e até “Sítio Do Pica-Pau Amarelo” na televisão. No cinema, também esteve em “Divã” (2009), “Vai que Cola - O Filme” (2015), “Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou” (2014) e na sequência “Minha Vida em Marte” (2018).

Um dos seus últimos trabalhos foi o show musical “O Filho da Mãe”. No espetáculo, Paulo e sua mãe, Déa Lúcia, cantam e contam histórias diversas por meio da música. Uma mistura de axé, samba e funk. À época, eles foram acompanhados por André Siqueira (percussão) Claudio Costa (guitarra), Marcelo Linhares (baixo), Mauricio Piassarollo (teclado) e Wallace Santos (bateria).

Paulo Gustavo costumava dizer que o humor reinventava a vida. E já não se sabia mais se sua arte era ofício ou sua própria maneira de existir no mundo. Em 2018, quando ganhou o prêmio de Homem do Ano no Entretenimento pela GQ Brasil, lembrou: “O Brasil sempre precisa de mais humor. O humor cura, transforma e, principalmente, educa”.

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