Na figura do papangu, cantora cearense Soledad apresenta videoclipe de "2013"

Música traz contexto político brasileiro de 2013. No videoclipe, disponível no YouTube e no Instagram da artista, as partilhas de um papangu - símbolos de carnavais e reisados do Nordeste

Soledad, cantora cearense radicada em São Paulo, apresenta o videoclipe da canção “2013”. Faixa integra seu segundo disco, "Revoada" (2019), lançado pela Índigo Azul (SP). Com referências às suas raízes do Nordeste do Brasil na figura do papangu, o videoclipe da música está disponível no YouTube e no Instagram da artista.

“O átrio vazio/ o parlamento/ gaiola de flores/ rosto de cimento”, dizem os primeiros versos de “2013”. Composta por Jonas Sá, Negro Leo e Santiago Botero Rodriguez, canção rememora o contexto político brasileiro daquele ano. Neste período, aconteceu uma série de manifestações pelas ruas do País - que culminaram no impeachment, em 2016, de Dilma Rousseff, a primeira presidente mulher do Brasil.

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Numa cadência de blues, a música tem guitarras de Davi Serrano e Allen Alencar; esse último também no baixo. Felipe Faraco no piano e no sintetizador. A bateria fica por conta de Xavier e os arranjos são de Fernando Catatau (quem assina a produção de todo o disco, músico que já trabalhou com Maria Bethânia, Arnaldo Antunes e Nação Zumbi). Gravação, mix e master são de Klaus Sena, da Índigo Azul.

Com dizeres escritos em vermelho, numa tela preta, Soledad inicia o videoclipe. O anúncio diz: “Santos, 30 de setembro de 2013. O dia em que suspendi o céu”. Na trama, dirigida por Julia Moraes, a artista transmuta seu corpo num símbolo misterioso-encantado do Carnaval e das festas de reisados do Nordeste brasileiro: o papangu.

Mascarada e embrulhada com tecidos, como manda a tradição, “a papangu” caminha pelas imediações da Bacia do Mercado de Santos, no maior porto da América Latina. Partilha “corações” de bananeira com sujeitos que atravessam seu caminho. Ali, há encontros do ser fantástico entre o vai e vem da cidade.

Com direção artística e articulação de Soledad, a obra audiovisual parece utilizar a figura popular para encantar sujeitos. E, como cita no início, “suspender o céu”. O jeito de andar, a dança e as cores da personagem criam pontos de conexão com a capacidade de sonhar. Um ímpeto do seu eu cantora-atriz, talvez. Tal performance está no olhar que revela à câmera e na rua como palco. Falando nisso, a fortalezense já dividiu tablados com Josyara, Elke Maravilha e Céu, em outros momentos da carreira.

Narrativa também se inspira nas mulheres zapatistas, indígenas mexicanas do movimento zapatista que reivindicam seus direitos e desconstroem papéis de gênero. A artista mesmo revela em suas redes sociais. Nessa organização política de guerrilha, os integrantes encapuzados lutam, dentre diversas questões, pelo fim da marginalização indígena.

Videoclipe conta ainda com relatos de mulheres sobre seus diversos desejos. Nos fragmentos, diferentes pulsões de vida, que apontam: a obra fala sobre a potência de existir. Um tanto da militância feminista e política da artista, já revelada no disco de estreia que leva seu nome: “Soledad” (2017).

A gravação do clipe foi realizada dentro do projeto de residência artística da Colaboradora de Artes de Comunidades do Instituto Procomum.

Confira o videoclipe de “2013”:

Acompanhe Soledad

YouTube: canal oficial Soledad
Instagram: @soledadoceara
Mais informações: @_indigoazul

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videoclipe soledad artista cearense papangu

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