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"The Last of Us Part II" é um dos melhores games da história do Playstation 4

Violento, inclusivo e deslumbrante, The Last Part of US tem as várias cores da vingança. Confira crítica
12:58 | Jun. 13, 2020
Autor Davi Rocha
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Tipo Notícia

Last of Us Part II (TLOU2) repete o feito do primeiro game da franquia e eleva ainda mais a barra de qualidade visual e narrativa da indústria dos games. Mais longo e aberto que seu antecessor, o jogo expande não só as possibilidades de interação do jogador com o ambiente, como também o próprio universo onde vivem os antigos e novos personagens do que agora se torna uma antologia pós-apocalíptica, como várias outras.

A distância entre videogames e o cinema vem sendo bastante encurtada durante o curso da geração atual de consoles. Dentre os carros-chefes desse fenômeno, estão boa parte dos títulos exclusivos para Playstation 4, como God of War, Horizon Zero Dawn, Days Gone e, agora, The Last of Us Part II.
A desenvolvedora Naughty Dog tornou-se famosa na geração do PS3 por trazer ao mundo dos consoles jogos que uniam uma enorme qualidade gráfica, sequências de ação emocionantes e um elenco cativante em meio a um enredo, por vezes, meio clichê, mas sempre engajante. Essa premissa se mantém no novo lançamento, assim como o principal problema dos games do estúdio: a jogabilidade.

Assim como no cinema, uma boa sequência é aquela que consegue - além de ser um bom filme - expandir seu próprio universo ao espectador. The Last of Us Part II é um jogo de ação e sobrevivência em terceira pessoa que gira, inicialmente, em torno da personagem Ellie e de seu pai adotivo, Joel, ambos sobreviventes em um mundo castigado por uma infecção fungal que transforma seres humanos em zumbis. Apesar de ser uma continuação direta, o game faz um excelente trabalho em recontar os principais acontecimentos do título anterior. Ao final, entretanto, o jogador é apresentado a algo maior, muito além da jornada de duas vidas por um mundo em ruínas, porém, de certo modo, ainda próximo ao tornou o game original uma obra-prima.

O conceito de expansão não se limita apenas à quantidade de personagens presentes no enredo, ou ao tamanho dos mapas e à quantidade de novas mecânicas. O roteiro ganha novas cores e aborda por toda a trama questões sociais relevantes. O viés da representatividade se fez presente partir de sutilezas deixadas tanto no primeiro game, quanto em temas desenvolvidos em sua expansão (The Last of Us: Left Behind).

Em TLOU2, a representatividade ganha ainda mais ênfase, deixando de ser tangente, para se integrar completamente aos vários arcos narrativos. Muito se discute atualmente sobre o papel dos videogames no contexto político atual e, enquanto alguns tentam tergiversar, negando a politização da indústria, The Last of Us Part II levanta bandeiras pouco erguidas até então por pares do mesmo calibre.

Para destacar ainda mais o intento de tratar questões como representatividade e inclusão em sua obra, a Naughty Dog fez questão de ir além e incluiu mais de 60 opções diferentes de acessibilidade, auxiliando assim jogadores com limitações visuais, auditivas e motoras a participarem da experiência de jogar o título.

O equilíbrio entre o novo e o familiar está presente pelo jogo inteiro. Não somente assistimos ao amadurecimento de velhos conhecidos, como também somos introduzidos a novos personagens, como Abby, uma jovem soldado - forte interna e externamente - que cruza o caminho do elenco original de maneira surpreendente. Em relação à jogabilidade, os menus de fabricação de itens e armas são melhorados, mas se mantém parecidos ao título de 2013.

Porém, uma nova (e excelente) mecânica de combate corpo-a-corpo, bem como tipos adicionais de movimentação furtiva, que tornam aprazível o enfrentamento de inimigos em espaços maiores e mais intrincados. Infelizmente, alguns pontos negativos anteriores ainda se mantém neste, como a vagarosa mecânica de tiro e inteligência artificial dos personagens que acompanham o jogador pelo cenário e que ainda são péssimos em se esconderem, sendo esta uma ação repetida à exaustão em jogos como esse.

 

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A narrativa


The Last of Us Part II é uma história sobre vingança e discute as consequências trazidas pela justiça feita com as próprias mãos. Por várias perspectivas diferentes, tem-se um verdadeiro estudo sobre as motivações que levam uma pessoa a se afastar da segurança e da tranquilidade para então mergulhar em dor e desespero em busca de uma resolução que só virá junto da morte da caça ou de seu caçador.
Durante as 30 horas de jogo, são diversos os momentos de tensão, intercalados por sequências incrivelmente bem dirigidas, além de easter eggs e momentos curiosos que apenas os jogadores mais curiosos irão experienciar. Por não conter um modo multiplayer há pouco para se fazer após zerar o game, além de ir atrás de outra pessoa que também tenha-o concluído para trocar comentários do quão bem a experiência se encerra. Entretanto, um modo adicional chamado é desbloqueado após o fim, dando a possibilidade de jogar novamente, do começo, com todas as habilidades, itens e armas obtidas durante a jogatina anterior.

Com The Last of Us Part II, a Playstation consegue emplacar mais um sucesso em seu crescente cardápios de títulos proprietários da marca. Apesar de ainda termos Ghost of Tsushima chegando em julho, ao olharmos para a jornada do PS4 no mercado daqui a alguns anos, este será referido como o jogo que fechou a coletânea de exclusivos do console com chave de ouro.


Confira o trailer de The Last Part of Us II

 

*Davi Rocha é integrante do Bacontástico

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