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"Eu te entendo", diz Lima Duarte em vídeo de homenagem a Flávio Migliaccio

Na gravação, o ator Lima Duarte lembra de momentos que viveu com seu amigo e companheiro de profissão, Flávio Migliaccio
15:44 | Mai. 06, 2020
Autor Clara Menezes
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Tipo Notícia

Na segunda-feira, 4, o ator, diretor e produtor Flávio Migliaccio foi encontrado morto em seu sítio, no Rio de Janeiro. Aos 85 anos, o artista deixou um legado por seus papéis marcantes na televisão e no teatro. Ele, porém, também marcou a vida de centenas de pessoas que o admiravam. O amigo Lima Duarte publicou em homenagem a Flávio. “Eu te entendo, Migliaccio, eu te entendo”, diz.

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Em pouco mais de quatro minutos, o ator lembra sua relação com Flávio Migliaccio. No Teatro de Arena, um dos grandes grupos teatrais no início da década de 1950, os dois - entre outros artistas - tentaram destacar a alma do brasileiro em meio à expansão do consumo de Hollywood. “Você foi um mestre. Você conseguiu colar, e eu também. Colocamos em cena o homem brasileiro. Foi linda essa viagem, essa aventura espetacular. Nos dedicamos a isso com ardor, com paixão”, recorda.

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Lima Duarte relata o período da Ditadura Militar, quando uma Chevrolet Veraneio - famoso carro da polícia na época - parou para levá-lo ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Pediu, então, que um amigo avisasse à família que ele voltaria para a casa. “Minha história lá é uma história que oportunamente eu conto para vocês, mas garanto que a mim dói também. Por isso, por ter vivido esse momento, por ter pertencido ao Arena, eu digo que te entendo. Eu entendo, Migliaccio”, desabafa.

O artista, que agora demonstra sentir o “hálito putrefato de 64, o bafio terrível de 68”, diz que logo se encontrará com o amigo. “Eu não tive a coragem que você teve, mas você me espera aí, meu amigo, eu vou logo. Vou me encontrar com o Boal, com o Flávio Império, com você. Vamos nos encontrar e contar aquelas piadas horrorosas que você contaria”, expressa.

No fim, Lima Duarte faz referência à peça Os Fuzis da Senhora Carrar, escrita por Bertolt Bretch. A obra conta a história de pessoas que lutam em defesa da democracia. A personagem principal, Senhora Carrar, se tornou viúva após o marido morrer na Guerra Civil Espanhola. “Os que lavam as mãos o fazem numa bacia de sangue”, finaliza.

Repercussão da homenagem

Nas redes sociais, pessoas se manifestaram sobre o vídeo de Lima Duarte para seu amigo, Flávio Migliaccio. Confira:

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