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Christiane Torloni fala como tem passado o tempo de quarentena

No ar com a reprise da novela Fina Estampa, atriz Christiane Torloni fala sobre o sucesso da trama e os dias de confinamento
17:53 | Abr. 13, 2020
Autor Agência Estado
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Tereza Cristina, a grande vilã de Christiane Torloni em Fina Estampa, está de volta. E de uma maneira sem precedentes na história da Globo, que diante do avanço do novo coronavírus, suspendeu as gravações de suas novelas e resgatou antigos folhetins de sucesso para ocupar sua grade. "Essa novidade coloca o artista diante de uma surpresa do destino incrível", observa Christiane, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, por telefone, de sua casa, no Rio. A atriz tem boas lembranças daquela época. Era uma rotina intensa. "Eu tinha uma média de 70 a 100 cenas por semana, isso é um recorde".

Na nova realidade de confinamento, Christiane assiste à novela, e também se dedica às atividades físicas indoor, à leitura e aos projetos pessoais. A atriz, de 63 anos, integra a Fundação Amazônia Sustentável e é diretora do documentário Amazônia - O Despertar da Florestania. Aliás, em tempos de pandemia, ela faz um alerta: "Você acha que pararam o desmatamento e as queimadas na Amazônia? Estamos na quarentena, eles não estão. Você acha que quem é do mal fica na quarentena?". (Agência Estado)

Na época em que Fina Estampa foi exibida, você estava gravando intensamente e agora está em casa, assistindo à novela. Como é vê-la como espectadora?

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Christiane - Antes de tudo, acho que essa é uma oportunidade se não rara, única, porque, em 45 anos de carreira, isso jamais aconteceu. Uma coisa é ter uma novela sua reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, no Viva. São categorias diferentes. É história o que está acontecendo, nunca foi feita uma estratégia como essa, porque um momento como esse nunca existiu.

E como é ver a personagem quase 10 anos depois?

Christiane - Você tem que lutar com você mesmo para não tentar criticar o personagem, sua performance... Vejo a Tereza Cristina como um grande exercício de liberdade interpretativa. Ela e o Crô (Marcelo Serrado) têm uma pequena afetação, um pequeno tom que faz com que as pessoas sensorialmente percebam que estamos um pouco além da realidade do chamado naturalismo.

Como é chegar aos 45 anos de carreira relembrando uma personagem tão importante? Tem esse olhar para trás nesses momentos de carreira?

Christiane - Fui criada de uma maneira muito espartana no que diz respeito a essa questão da arte. Sou filha de dois atores, Monah Delacy e Geraldo Matheus. Olho minha carreira, e é um passo depois do outro. Nunca fiz grandes planos. Fui criada dentro de uma disciplina, dentro do teatro. Terminamos a 3.ª temporada do Master Class no final do ano passado, com mais de 72 mil espectadores. E (agora estou) produzindo um filme que idealizei, um documentário apresentando todo um lado ativista de meio ambiente. Então, quando o passado chega ao meu presente, me sinto agraciada, porque de alguma maneira ele vem dizer: continua, hein.

Com a pandemia, como está sendo sua rotina?

Christiane - Sou uma pessoa que exercita a solidão há muitos anos, de alguma maneira. Apesar de eu ser bastante social, cultivo a minha companhia, os meus estudos, os meus projetos. Meu filho é um homem adulto, tem o filho dele, a vida dele. Meus pais não moram no Rio. Tenho meus amigos, mas não é todo dia, toda semana. O que me deixa muito angustiada é ter que ser absolutamente obediente e não poder fazer práticas físicas fora de casa. Mas não tem o que fazer, porque estamos lidando com uma situação que é invisível. Percebo a responsabilidade de tentar não arriscar, até em nome dos meus pais, do meu filho, do meu neto. 

E como você está enfrentando este momento?

Christiane - Vou te falar uma coisa: só pessoas que enfrentaram tragédias nas suas vidas sabem como é um dia atrás do outro. Como a gente está vivendo uma tragédia mundial, aconselho as pessoas amorosamente a viverem um dia de cada vez, e fazerem as coisas simples com alguma alegria.

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