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Festival #ficaemcasa.ce chegou ao fim após quatro horas de show em seu último dia

Iniciativa do O POVO e VC Eventos conectou diversos artistas cearenses em uma corrente de bem, que além de musical, serviu de acesso à cultura por meio da arte de nomes locais
23:54 | Mar. 30, 2020
Autor Jully Lourenço
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Jully Lourenço Repórter
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Tipo Notícia

A terceira e última noite de evento, nesta segunda-feira, 30, teve início com a apresentação de Dudu Santos. Para o show ao vivo, transmitido na rede social do artista, no Instagram, Dudu selecionou clássicos da Música Popular Brasileira (MPB), entre eles Brincar de Viver, originalmente na voz de Maria Bethânia. O cearense também cantou o cantor-compositor Vander Lee. O próximo a protagonizar a live foi o músico Wawa Pinho.

Natural de Fortaleza, mas morando no Cariri há dez anos, Wawa foi recepcionado pelo editor do Vida&Arte, Marcos Sampaio. "Fico feliz demais pelo convite", disse o cantor, que permanece em casa, "guardadinho com a família", em função do novo coronavírus. "O maior desafio é ficar sem cantar, a gente quer mostrar a nossa arte. Mas com a tecnologia a gente pode chegar mais pertinho, mesmo que pela tela do celular", comentou.

Wawa Pinho deixou o teatro para se dedicar integralmente à música. Durante a live do Festival, mostrou seu mix de ritmos passeando entre forró e sertanejo. Há dois anos, ele vem se consolidando na carreira. É dele o hit "Salto 15", com mais de dois milhões de visualizações no YouTube. A música é cantada em parceria com o cantor Raí, da Saia Rodada. Além desta, a autor de "Made in Interior", música que abriu sua participação no #ficaemcasa.ce, cantou sucessos de Tropicália e Bruno e Marrone.

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Com a chegada de Bella Vox, vindo logo na sequência, para partilhar de 30 minutos de show gratuito e online, é hora de trocar de som. Bella Vox, na descrição de Elaine Portobella, vocalista da banda, é um convite ao "baile". Em tempos de quarentena, Elaine sabe da importância de dividir emoções, participando de uma corrente do bem, onde possa passar um pouco da sua arte, que é cantar. "Fique em casa. É o que a gente precisa nesse momento", reforçou antes de cantar sua música de boas-vindas.

Bella Vox existe há quase 15 anos e é conhecida por suas apresentações em eventos sociais, incluindo formaturas. O repertório vai de um ponto ao outro, do mais reflexivo ao alegre, para fazer se levantar, como Elaine propôs durante show transmitido em parceria com o Festival. A intérprete ainda deu espaço para Daniel Lopes, que cantou John Legend, e Frederico Leão. A retomada com o som para cima ficou a cargo de Elaine novamente. Cantora terminou a live cantando e dançando Blá, Blá, Blá, da banda Aviões do Forró.

Em seguida, veio a live de Raphael Alencar. Cantor também foi apresentado pelo editor do Vida&Arte, Marcos Sampaio. Raphael cantou direto do Cariri, onde faz sucesso dando voz a canções de estilo preferencialmente sertanejo. "A minha veia sertaneja é muito forte", disse em entrevista antes do show ao vivo. No repertório da noite, letras de sua autoria, músicas que marcaram seu trabalho, além de alguns "bordões". Artista cearense foi de "Lugar de Amor", atual música de trabalho, a hits do pop nacional antigo, como "A dor desse amor", da extinto trio KLB.

Uma das atrações da última noite de #ficaemcasa.ce, Raphael dividiu live com um artista amigo, Isac Pisadinha. " De tudo a gente tira uma lição. Em breve, a gente retorna aos palcos", disse Raphael em dos momentos altos da apresentação ao vivo. Mesmo sem uma cordas do vilão, que arrebentou enquanto ensaiava, minutos antes da entrada no Festival, às 19h30min, cantor manteve o ritmo e anunciou próximo single, Vaqueiro Safado, segundo Raphael, com previsão de lançamento até a primeira quinzena de abril.

Philipe Dantas entrou em cena às 20 horas. "A gente tem que ter gratidão na vida", atribuiu à sua escolha para entrar na live, "Aleluia". Dantas, que é licenciado em Canto, pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), demonstrou diversas vocais, indo de um estágio mais reflexivo para outro, entregue à canções românticas, como se deu maior parte do show do artista no #ficaemcasa.ce. Philipe Dantas, que já cantou ao lado dos padres Fábio de Melo e Reginaldo Manzotti, revisitou, entre os nomes internacionais, Mariah Carey e Ed Sheeran. Antes, dividiu emoção cantando Melim e Lulu Santos.

Saindo do estilo de casamento, Festival #ficaemcasa.ce bateu um papo rápido com Carlinhos Patriolino, um dos três últimos a se apresentaram no evento online promovido pelo O POVO e VC Eventos. Editora do caderno Vida&Arte, Cinthia Medeiros foi quem acolheu o artista, de musicalidade essencialmente instrumental. "É um encontro, para que a gente possa levar um pouco de música, um pouco de arte e inspiração para quem está em casa", comentou Cinhtia. "Eu estou muito bem, em casa, com a minha família. Mas claro que a gente sente falta da rotina, dos amigos, mas temos de fazer o que tem de ser feito. Este momento vai passar", completou o artista convidado.

Para a live, Carlinhos, que é um multi-instrumentista, arranjador e compositor cearense, preparou o que gosta de tocar. "São músicas que tocam o coração das pessoas", garantiu, e não decepcionou. Trouxe à tona músicas universais como a "Smile", de Charles Chaplin. Foi a primeira vez que Carlinhos Patriolino participou de um modelo como a live proposta pelo #ficaemcasa.ce. "Para mim, é uma forma muito inusitada, diferente, mas muito legal também", ponderou.

De um dos ambientes da casa, Caike Falcão topou um show de 30 minutos. O cantor e guitarrista cearense priorizou letras que ele mesmo escreveu, do álbum Rever (2016), intercalando com sucessos de Legião Urbana, sua banda preferida, Belchior, entre outros. Caike é um cantor da noite, sendo esta uma das razões para sentir a quarentena com ainda mais peso, o da ausência de shows devido à pandemia que assombra a cidade. Para seguir firme, além de ficar em casa: "tem que fazer música para a mente. Distrair um pouco", convidou ao show em parceria com o Festival, no Instagram.

Na live, Caike ainda mostrou que é bom de guitarra. Embalou com os versos de canções próprias, entre elas "Ampulheta" e "Insônia". "Diz sobre como é estar preso dentro de uma rotina que a gente não queria estar", explica em papo com a jornalista e editora do Vida&Arte, Cinthia Medeiros.

Por fim, não menos importante, chegou a vez de Rogério Soares. O multi-artista foi responsável pelo encerramento do Festival, em grande estilo. De forma diferente, com licença para um gole de vinho, direto da sua sala, na Serra da Ibiapaba, leu trechos do seu próximo livro, "Os Deuses também amam", a ser lançado em breve, por ele. "Tem muito a ver com esse momento que estamos vivendo hoje", atribuiu às palavras lidas em voz alta, antes do canto.

Com 30 anos de carreira para compilar em 30 minutos de show, Rogério foi mais além. Convidou à poesia, à graça de ver e ouvir. "É preciso olhar olhar seu espelho interior e ver alguns ajustes que tenha para fazer. Somos um povo só e sem fronteiras", citou. Entre composições, músicas em parceria, que resolveu dedicar à live, despertou: "Consciência do ser artista que imagina um mundo maior, não apenas econômico. Nossa economia maior é o ser humano, assim como o nosso extrato de trabalho é o sentimento", citou.

O Festival #ficaemcasa.ce começou sábado, 28, e interagiu com 21 músicos cearenses, que participaram de forma espontânea, sem cachê vinculado, aderindo a uma corrente do bem, a de levar arte e cultura para os lares durante a quarentena.

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