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Os desafios e projetos de Cecília Bedê, nova gestora do Museu de Arte Contemporânea do Dragão

Curadora e pesquisadora em Artes Visuais, Cecília Bedê é a nova gestora do equipamento e projeta conectar o espaço com novas linguagens, artistas e públicos locais
00:00 | Mar. 04, 2020
Autor Ivig Freitas
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Tipo Notícia

Pesquisadora e curadora de artes visuais, Cecília Bedê é a nova gestora do Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O anúncio foi feito na última terça-feira, 3, e, nesta quarta, 4, o Vida&Arte conversou com a gestora. O equipamento está fechado desde o início de fevereiro para reforma estrutural e tem previsão de reabertura para o primeiro semestre deste ano. Inaugurado em abril de 1999, juntamente com todo complexo cultural, a nova gestão do Museu vive um processo de alinhamento dos planos que conduzirão um novo projeto para o equipamento.

“Comecei minha carreira aqui, como arte-educadora, ainda como aluna da graduação de artes visuais, entre 2003 e 2006. Pra mim é pessoalmente muito significativo poder voltar a este lugar, trazendo experiências novas dos outros lugares que passei, trabalhando com um acervo que é do Ceará e que me interessa muito pesquisar”, conta Cecília Bedê, atual gestora do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Em sua trajetória profissional, ela passou por experiências em catalogação, conservação, produção e gestão de acervos.

Cecília encara o MAC como um importante espaço de experimentação e formação de várias gerações de artistas de Fortaleza. “A ideia é fazer com o que o MAC se fortaleça como ambiente de legitimação dos artistas locais, um lugar em que os artistas novos se sintam acolhidos em um espaço para se colocar, se desafiar”, projeta. O diálogo com as classes artísticas locais, de acordo com Cecília, permite também que o museu esteja aberto a outras linguagens. “Historicamente, o museu tem esse perfil, de não se fechar em um conteúdo, uma só expressão. Um dos principais objetivos desse novo momento é fortalecer isso com diferentes ações, e não apenas exposições”, descreve.

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Antes de dar os primeiros passos da nova gestão, Cecília Bedê reforça a importância de rever o plano museológico do museu, que completa 21 anos em 2020. “É um acontecimento natural a partir do momento em que se muda uma gestão. É necessário conhecer bem nossa realidade, não somente para trazer mudanças, mas, antes de tudo, para se entender de novo as missões do espaço, avaliar os seus objetivos e ganhos ao longo do tempo. É hora do museu se reencontrar, e as pessoas que trabalham nele também”, pondera.

Curadora e pesquisadora em artes visuais com experiências profissionais nas áreas da arte-educação, Cecília projeta a continuidade da proposta formativa do museu. “O MAC já tem ações muito consolidadas nesse sentido, e isso aumenta o seu poder de diálogo com a cidade e os artistas. Mas é importante que esses processos de formação saíam um pouco do museu, pra gente conseguir construir essa relação com o entorno também”, analisa. Cecília é também especialista em Arte, Crítica e Curadoria.

Apesar das expectativas em torno da nova gestão, Cecília afirma compreender os desafios da gestão pública cultural no País. “De fato, a gente precisa lidar constantemente com questões orçamentárias, contratuais, etc. Então, para projetar alguma coisa a gente tem que conhecer bem a nossa realidade”, contextualiza. Entre as suas propostas, Cecília espera realizar articulações e parcerias e patrocínios também fora da esfera pública. “Como gestora, entendo que preciso caminhar dentro desse ritmo, saber até onde eu posso ir, mas, ao mesmo tempo, não parar de propor”, avalia.

A reforma do MAC faz parte do conjunto de obras que estão anunciadas para serem realizadas no Centro Dragão do Mar ao longo deste ano e que envolvem os museus do equipamento, a Multigaleria, o Anfiteatro e o Planetário, além de pintura externa de todo o complexo. Para além da reestruturação do Centro, Cecília destaca a importância de ações que aproximem a cidade do museu. “É necessário pensarmos nessa perspectiva do acolhimento, de atrair novos públicos, trazer as pessoas de volta. Sempre gosto de encarar o museu como lugar de encontro de gerações, de artistas, de linguagens e de formações. É um encontro do público com a arte”, conclui.

 

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