Novo Kicks, SUV inédito e aporte bilionário: como a Nissan pretende dobrar vendas no Brasil até 2026

*Enviado ao Rio de Janeiro

Com um SUV inédito e a nova geração do Kicks, a Nissan dobra a aposta no mercado automotivo brasileiro. E não é força de expressão. A montadora japonesa anunciou que pretende atingir 7% de market share na venda de carros de passeio e comerciais leves no Brasil, mais que o dobro do patamar atual, de 3,4%.

Para transformar essa meta ousada em realidade, a companhia ampliou em R$ 1,5 bilhão o orçamento da fábrica de Resende (RJ) previsto no plano estratégico 2023-2025. A projeção de aporte para o complexo industrial da marca no Brasil passou de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,8 bilhão.

Os números foram divulgados pelo CEO global da montadora, Makoto Uchida, em solenidade na presença dos 2,6 mil funcionários da fábrica no estado fluminense. Foi a primeira visita do executivo ao Brasil desde quando assumiu o comando da Nissan, em 2019.

Antes da cerimônia, Uchida esteve com o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, para antecipar as novidades. No Rio, diante do governador Cláudio Castro (PL), o executivo traçou um cenário otimista, projetando um ciclo próspero de empregabilidade a partir dos investimentos no complexo da montadora no Rio.

“O aumento da produção vai nos permitir criar novos empregos na Nissan, nos seus fornecedores e na rede de concessionárias, criando assim um ciclo virtuoso para a nossa marca, que pode contribuir positivamente para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou o CEO em discurso.

Uchida fez mistério sobre o novo SUV, mas adiantou que o modelo deve ser exportado para mais de 20 países da América Latina. A ideia da montadora é que o Brasil se torne um hub de exportação do novo carro. O mesmo vale para o Kicks, cuja nova versão tem previsão de estrear nas concessionárias em 2025. Atualmente, esse é o único modelo da Nissan produzido em Resende.

Além de ampliar o portfólio de SUVs com o carimbo da fábrica brasileira, a montadora também vai produzir no complexo do Rio um motor turbo 1.0. Com essas novidades, a Nissan espera turbinar as vendas dentro e fora do Brasil até 2026. “Nosso objetivo é atingir 7% de participação nos mercados brasileiro e da América do Sul”, delimitou Uchida.

O otimismo da japonesa com o Brasil tem base nos números. Em 2023, o faturamento da empresa cresceu 32%. Foram quase 60 mil emplacamentos registrados entre janeiro e outubro. Embora o balanço seja parcial, é um salto bem acima do aumento observado na média nacional durante igual período: 10%.

Às vésperas do aniversário de uma década da fábrica no Brasil, inaugurada em 2014, a Nissan festeja o presente de olho no futuro. A aposta é unir inovação com investimento agressivo. O sucesso da receita, é claro, depende tão somente da aprovação da clientela.

Nissan no Brasil em números

• 2000 = Início das operações da Nissan no Brasil (outubro)
• 2014 = Inauguração do Complexo Industrial da Nissan em Resende (RJ)
• Unidades/escritórios = Rio (Sede), Resende (Complexo Industrial), Itatiaia (Armazém de Peças de Reposição), São Paulo (Escritório) e Curitiba (Escritório)
• Número de funcionários = Cerca de 2.600
• Concessionárias = 196 (presença em todos os estados brasileiros)
• Comercializa veículos no Brasil e também exporta modelos produzidos em Resende (RJ) para a Argentina e Paraguai
• Investimento de R$ 3,45 bilhões no Brasil nos últimos dez anos
• Veículos produzidos: Nissan Kicks
• Motores produzidos: motor flex fuel 1.6 litros de 16 válvulas
• Ainda esse ano, o complexo industrial da Nissan em Resende vai atingir a marca de 600 mil veículos e 600 mil motores produzidos desde o início de suas operações em 2014.

Fonte: Nissan

*O jornalista viajou a convite da Nissan Brasil

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