Artigo: Escritórios descentralizados, operações mais inteligentes

Artigo: Escritórios descentralizados, operações mais inteligentes

Woba é uma rede de escritórios flexíveis que atua por assinatura na América Latina. Sua CEO, Roberta Vasconcelos, nos escreve na forma de artigo,

*Por Roberta Vasconcellos

A transformação no real estate corporativo brasileiro é inegável, e a expansão dos escritórios flexíveis para além dos grandes centros é um dos seus mais claros indicativos. Em Fortaleza, por exemplo, essa mudança é ainda mais acentuada: dados do Censo Coworking 2025, estudo realizado pela Woba, revelam um notável crescimento de 128% nesses espaços em apenas um ano. Este número não apenas aponta para um deslocamento geográfico, mas para uma reorganização profunda na forma como as empresas concebem e ocupam seus ambientes de trabalho.

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O escritório, que por muito tempo ocupou um lugar central nas operações das empresas, está ganhando um novo papel. Hoje, ele funciona como ponte com mercados regionais estratégicos. Esse reposicionamento tem acelerado um movimento silencioso, mas consistente: empresas com sede na capital paulista estão ampliando sua presença física no interior e em outros centros urbanos fora do eixo Rio-São Paulo.

Trata-se de um comportamento que está redesenhando o mercado imobiliário corporativo. Minha percepção, acompanhando de perto esse setor, é que o modelo tradicional — com contratos longos, infraestrutura rígida e alto custo fixo — está sendo substituído por algo muito mais inteligente. Estruturas modulares, operadas sob demanda, com padrão nacional e gestão integrada. Em vez de ser um espaço imutável, o escritório se torna uma plataforma operacional. Um ativo estratégico que pode ser ativado conforme a necessidade do negócio.

Essa flexibilidade faz toda a diferença. Permite que as empresas se movimentem com mais agilidade, ampliando ou reduzindo suas operações no ritmo da estratégia. Escritórios flexíveis funcionam como pontos de apoio em uma rede distribuída, acionados conforme o contexto: para entrar em um novo mercado, reorganizar a operação ou acessar talentos e infraestrutura em outras cidades.

A tecnologia tem papel central nesse novo cenário. Com sensores e sistemas de análise de dados, conseguimos entender como os espaços são usados, em quais momentos, com que intensidade. Isso elimina achismos. O layout, a alocação de recursos e até a escolha da localização passam a ser decisões baseadas em evidências. O escritório acompanha o ritmo da empresa — e não o contrário.

O mais interessante é que esse avanço não está restrito às capitais ou a setores de tecnologia. Cidades como Fortaleza mostram que esse modelo está ganhando capilaridade e escala. O real estate corporativo, antes concentrado, agora é distribuído. Isso fortalece a presença estratégica das empresas e melhora a eficiência em diferentes regiões.

Mais do que replicar o modelo de São Paulo em outras localidades, o que está acontecendo é uma reinvenção. Um modelo mais próximo das realidades locais, mais ágil e mais conectado. Um conceito de ocupação que entende que presença física não precisa ser sinônimo de rigidez. E que crescer para o interior pode ser tão estratégico quanto estar na avenida mais cara da capital.

Essa é a lógica que deve pautar a próxima década. O escritório deixa de ser custo e passa a ser ferramenta de crescimento, e assume, enfim, o papel que sempre deveria ter tido: o de infraestrutura estratégica para onde quer que o crescimento aconteça.

*Roberta Vasconcelos é co-fundadora e CEO da Woba - rede de escritórios flexíveis por assinatura com atuação na América Latina. 

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