Cinco perguntas sobre cloud
O POVO Tecnologia fez algumas perguntas sobre cloud ao presidente da Equinix no Brasil, Eduardo Carvalho.
1 - Quando se fala em cloud vem logo à mente a questão da segurança. Aliás, tudo agora lembra segurança. Qual a maturidade da segurança cibernética nos serviços em nuvem?
Os serviços de cloud evoluem rápido. Hoje é possível se conectar a qualquer um dos grandes provedores de forma direta e privada, evitando a internet pública, e adotar serviços que ampliam a segurança, como a criptografia de dados. Com isso, as empresas se sentem seguras a mover até mesmo missões críticas para a cloud. Mais que oferecer vantagens de escala e custo, a cloud atingiu um estado de maturidade em que se tornou uma facilitadora de negócios essencial que conecta as empresas aos dados, aplicações, parceiros e usuários que mais importam.
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Atualmente, o modelo mais adotado na maior parte do mundo é o da cloud híbrida: parte pública, parte privada, porque certas aplicações podem exigir que o armazenamento de dados permaneça on premise para privacidade, ou para reduzir os custos. Uma pesquisa da Equinix realizada com tomadores de decisão em TI no Brasil chamada Global Tech Trends mostrou que a cloud híbrida é o modelo adotado por 52% dos entrevistados.
2 - Com a tendência de levar muitos serviços para a nuvem, me parece que teremos impacto também na formação do profissional de TI, estou correto?
Sim, está. O setor de tecnologia é muito dinâmico - uma determinada competência pode ficar obsoleta em poucos anos. Por isso os profissionais precisam estar sempre se atualizando não só em relação a cloud, mas também novas tecnologias como a internet das coisas, Inteligência Artificial, big data e analytics, etc.
3 - Quais os principais atrativos para a contratação de um data center em nuvem?
Em uma economia digital, todos os negócios precisam ser flexíveis para se adaptarem rapidamente às demandas. Veja por exemplo o caso do Natal ou da Black Friday para o varejo: as lojas online precisam estar aptas a lidar com um aumento exponencial de acessos e transações durante alguns dias, caindo significativamente depois. Ao manter somente um data center local, centralizado, o varejista não consegue responder a essa demanda sazonal de forma eficiente.
Há ainda outro atrativo importante: a participação em ecossistemas. As organizações estão buscando hubs interconectados dentro de data centers terceirizados neutros para que possam reunir densos ecossistemas de rede, nuvem, negócios e serviços de edge (borda) em um só lugar.
4 - As médias empresas também terão acesso ao data center em nuvem, ou é viável apenas para grandes empresas?
É acessível para PMEs, tanto que muitas delas resistiram às restrições do atendimento presencial durante a pandemia com o uso da nuvem. Na Equinix, temos um programa de canais parceiros que nos apoiam no atendimento a grandes e médias empresas. Eles conhecem bem o seu segmento de atuação e estão aptos a auxiliar seus clientes na definição da melhor estratégia para a jornada para a nuvem.
5 - Que mudanças de paradigma estão sendo maturadas com o avanço do cloud para quando o 5G chegar efetivamente ao Brasil?
Os data centers corporativos estão se tornando uma combinação de cloud pública e edge distribuída para serem capazes de atender às demandas do mundo digital. Os negócios precisam ser capazes de acessar todos os lugares, parceiros e possibilidades, onde quer que estejam, com agilidade. Mais ainda: precisam reduzir custos e analisar dados em tempo real, para aperfeiçoar a experiência do cliente.
A demanda pela proximidade será ainda maior com a chegada do 5G, que possibilitará avanços enormes em smart cities, robótica, veículos autônomos, etc. Para assegurar a latência mínima requerida por esses casos de uso, a computação e o armazenamento de dados devem estar mais próximos do que nunca dos usuários. Estamos vendo duas tendências intimamente relacionadas que estão se unindo para resolver esse desafio: edge computing e nuvem distribuída.