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"Ser youtuber mudou toda a minha vida", diz Luba

Com o surgimento das mídias sociais, algumas pessoas passaram a ser produtoras de conteúdos e a ganhar dinheiro com vídeos na internet. É o caso do youtuber Luba que há seis anos atua no ramo. No próximo dia 10 de setembro, ele estará em Fortaleza
15:32 | Ago. 19, 2016
Autor O POVO
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Antes de ser conhecido por todo o País, Lucas Feuerschütte, 26, de Santa Catarina, se preparava para ser um futuro psicólogo, enquanto trabalhava como vendedor de loja. Na época, ainda tinha em mente que a única forma de garantir uma fonte de renda era por meio do Ensino Superior. Até se deparar com os vídeos dos youtubers norte-americanos Ijustine e Shane Dawson TV. A perspectiva de produzir conteúdo audiovisual a partir do seu cotidiano, agregando personagens e temas engraçados, mudaria seus planos.


Em 2010, Lucas criava o seu canal no YouTube e, posteriormente, a sua marca: Luba TV. Hoje, seis anos depois, o youtuber 3 milhões de pessoas inscritas em seu canal. Seus vídeos abordam temas pessoais, desafios dos fãs e histórias com seus personagens. Em entrevista ao O POVO Online, ele disse que largou a faculdade e o emprego para fazer o que mais gosta.


Seus pais apoiaram a escolha, mas tinham receio. “Em 2010, youtuber só existia para quem fazia. Então, ficava complicado dizer isso para meus pais. Eles queriam que eu compreendesse os riscos e as consequências da minha decisão”, relembra.

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Naquela época, pouco se falava no termo “youtuber” ou “snapper” e na possibilidade de ganhar dinheiro com esses meios de comunicação. Só aos poucos, personalidades de outros países e até mesmo brasileiros mostraram que aquele era um mercado rentável.


E como! Pra se ter ideia, uma pesquisa sobre o consumo da Internet pelos brasileiros, realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), aponta que 76% das pessoas, que consideram a internet como principal meio de comunicação, acessam diariamente sites de notícias e mídias sociais e 67% buscam por diversão e entretenimento.

 

Para Luba, a plataforma do YouTube se destaca entre as outras mídicas sociais por promover uma interação diferenciada com o público. “É uma relação direta e ao mesmo tempo não é. Pode não ser totalmente direito, mas chega muito próximo. A plataforma propõe essa aproximação”, diz Luba.


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Para o consultor de marketing de mídias sociais, W. Gabriel, as novas mídias interferiram no modelo de produção e na democratização do acesso. São veículos mais acessíveis e que têm um modelo de consumo baseado na demanda. “Quem manda hoje é o próprio consumidor. Se ele não quiser a TV aberta, vai para qualquer outro meio”, aponta.

 

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Outra questão importante é a necessidade dos espectadores de interagirem com os conteúdos. As pessoas não desejam mais ter uma atuação passiva. Querem também produzir. “Esses novos canais de comunicação surgiram para potencializar a velocidade e a autonomia para o público. Antigamente, só assistiam e agora produzem. E com a entrada dessas novas mídias, eles (veículos tradicionais) precisaram se reinventar”, afirmou W. Gabriel.

Vida de Youtuber
Diferente dos trabalhos convencionais, não há uma carga horário ou expediente a ser cumprido. Luba conta que sempre está pensando nos temas de seus próximos vídeos, monitorando suas mídias sociais - Facebook, Twitter, Instagram - e planejando eventos. Além disso, é responsável por quase todo o processo de produção  dos seus conteúdos desde a elaboração do tema à edição. “Eu brinco que trabalho 24 horas por dia. Assim que eu posto um vídeo, penso automaticamente em outros vídeos. Até três meses atrás, eu fazia absolutamente sozinho. Agora, tenho um amigo que me ajuda a editar vídeos”, conta.
 
O retorno financeiro não aconteceu de repente. Foi preciso um ano e três meses para receber o seu primeiro salário como youtuber. No começo, ele preencheu o formulário do YouTube para tornar-se parceiro, mas não foi aceito. Continuou produzindo vídeos porque se divertia com a atividade. “Após isso, em um curto período de tempo, o YouTube mandou um email me convidando para ser parceiro”, relata.


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Hoje, Luba é convidado para diversos eventos e organiza um festival de jogos eletrônicos. “Ano passado, eu tava viajando pelo Brasil para comparecer em eventos de game. E não fui para nenhum em Santa Catarina e os fãs se sentiram de lado. Aí eu resolvi fazer um encontro e a procura foi grande. Foi aí que surgiu o primeiro Luba Fest”, explicou o youtuber que estará em Fortaleza no dia 10 de setembro. Os planos vão além: escrever um livro, trabalhar com audiovisual e  criar uma associação de assistência social.
 
Com todo o sucesso e um público fiel, Lucas Feuerschütte também tem que lidar com o assédio da “turma” em querer saber da sua vida pessoal. No vídeo “Algumas verdades”, ele fala, por exemplo, sua sexualidade, que era alvo de especulações. ’’Antes, eu me incomodava com isso. Eu não entendia o porquê das pessoas quererem saber da minha vida. Mas ao falar da minha sexualidade, parece que quebrou uma barreira que existia entre mim e o público”, comentou.

Novo ramo
Outras personalidades também se destacam nas mídias sociais. Thaynara OG se destaca no snapchat, com mais de um milhão de seguidores. A maranhense conquistou o País com sua espontaneidade e seus jargões. No início deste mês, ela participou de um bate-papo na faculdade Fanor Devry em Fortaleza para contar sobre o seu trabalho e seus planos futuros.

 

Thaynara largou a profissão como advogada para investir em seu mais novo trabalho. “Tive que abrir mão de algumas coisas, de ficar perto da família, de perder momentos especiais. Só que estou fazendo o que eu gosto e cada dia é um dia novo. Isso me surpreendeu muito”, disse ao O POVO Online.

A estudante de Publicidade e Propaganda e dona do instablog Cabelos Poderosos, Maria Clara, também está investindo no ramo. Seus conteúdos são voltados para dicas de beleza. Iniciou em 2012 no Instagram e, hoje, atua também no YouTube.

 

“Eu resolvi criar um instagram para ficar postando dicas de cabelo, tirando dúvidas e dando dicas de penteado. E nesse ano (2016), fui convidada para viajar para Minas Gerais para um lançamento de uma linha de produtos de beleza”, contou Maria Clara, a única blogueira nordestina presente no evento. Além disso, ela ressalta da responsabilidade de trabalhar na internet. ”As pessoas pensam que é só ficar postando fotos. Mas, não é. Precisa ter responsabilidade no que vai publicar e tempo para se dedicar”, concluiu.

 

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