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Ideias e coragem para se tornar um game designer, diz Daniel Matros

Primeira atração da Campus Party Recife, produtor da franquia Battlefield inspirou os participantes que além de jogar, querem criar seus próprios aplicativos e games
20:17 | Jul. 24, 2014
Autor Amanda Araújo
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Tipo Notícia

Games usados como plataformas de caridade e como ferramentas valiosas de aprendizado para o cotidiano. Uma realidade estimulada pelo produtor da DICE e dos jogos da franquia Battlefield, Daniel Matros, que abriu as atividades da Campus Party Recife 2014, na noite da última quarta-feira, 23. Para ele, jogar video game ensina que você pode falhar e voltar com mais experiência e recursos.

Ele começou a jogar video game aos seis anos e após a experiência de produzir ''Battlefield: Bad Company 2 Vietnam'', ''Battlefield '' e ''Battlefield 4'', ele é categórico: para fazer um jogo, é preciso envolver as pessoas com algo que elas se interessem e se indentifiquem. “Ter uma boa ideia é o começo, mas não o suficiente. Quando você se torna um produtor de jogos, não pode ignorar os conhecimentos que adquire ao longo do caminho”.

[SAIBAMAIS 3] O conselho tradicional de ''amar sua profissão’’ também é lembrado por Daniel. “Nas escolas, se você falhar em um teste, na maioria dos casos, não pode tentar novamente. Com os games, você pode tentar de novo, mas tem que amar o seu trabalho. Quem pretende se tornar um game designer precisa de ideia, mas também coragem para colocá-las em prática”, completa.

Futuro dos games
Na tarde desta quinta-feira, 24, o produtor da Prosperity Games, José Antônio Leal de Farias, enumerou dez perguntas sobre o futuro dos games. Ele explica que esse é o momento para os desenvolvedores criarem, um “momento dourado dos jogos no Brasil, pois o mercado de investidores cresce”.

O mundo dos jogos atraiu para a Campus deste ano Anderson Santos, 20 anos, que trabalha em uma Startup de desenvolvimento de jogos e também é formado em Jogos Digitais. Natural de Recife, ele acredita que o mercado brasileiro de desenvolvimento de games não é estruturado, mas com o maior interesse do público, há chances de sucesso para quem gostar da área.

Confira as perguntas respondidas por José Antônio Leal
1. Estamos na era de ouro ? ''Sim, nunca foi tão fácil desenvolver''.

2. Quem vai crescer ? ''Em resumo, é a Ásia, que vem crescendo a ponto de comprar empresas de jogos de outros países''.

3. Estamos numa bolha ? "Sim, 65% dos desenvolvedores estão operando abaixo da linha da pobreza. No entanto, 12% recebem mais de US$ 10 mil por mês''.

4. A China vai dominar o mundo ? ''Sim, a China está focando em mercado interno, tem gente saindo da pobreza. O pessoal que gasta com jogos investe mensalmente''.

5. Quem serão os vencedores? ''Os que concentram pessoas e quebram barreiras, os que apostam em novas formas, como realidade aumentada. É bom ouvir o cliente, pensar diferente''.

6. Quem será o mais eficiente? ''Ás vezes uma empresa grande fatura muito, mas possui ineficiência. Tem que aliar produtividade com faturamento''.

7. Quantas pessoas serão necessárias para fazer um grande jogo? ''A menor quantidade de pessoas possível. O ideal é manter a empresa pequena em tamanho, mas grande em faturamento. Um bom investidor vai querer que você invista nas pessoas, o que aumenta a eficiência''.

8. O que pessoas vão jogar? ''Um jogo de entretenimento que você pode parar e depois continuar. Aqueles que você joga enquanto espera na fila do ônibus. Não um jogo que você vai sentar e passar horas, pois esses tem um público específico''.

9. Quais serão os riscos? ''Consoles são pensados como grandes lançamentos e o risco é grande. Poucos dão certo, mas quando dão é um lucro muito alto. Franquias tem menos riscos (ex: Mário, Pokémon, Tetris, The Sims, Final Fantasy, Legend of Zelda). Basicamente, os investimentos vão ser baseados em fé, o investidor tem que acreditar em você''.

10. Por que não pegar todo esse dinheiro e abrir uma farmácia? ''Vão te fazer essas perguntas, principalmente os familiares, o fundamental é que o lucro com games é maior! Tem desvantagens, o trabalho é maior, o risco é maior, a complexidade é maior. Não há uma resposta razoável, só é preciso ter a ideia. A primeira coisa é fazer um jogo, o ato de terminar um jogo já diz muito sobre você. Sé é vendável é outra coisa, mas precisa colocar em prática''.

Serviço

As palestras da Campus Party Recife 2014 podem ser assistidas, via streaming, no site do evento.

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