HPV: vacinação

HPV: a importância da vacinação e do diagnóstico precoce

Entre os 150 tipos conhecidos do vírus, 14 são considerados de alto risco e estão diretamente associados ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer

O Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção viral extremamente comum, transmitida principalmente por contato sexual. Atualmente, são conhecidos mais de 150 tipos do vírus, dos quais pelo menos 14 são considerados de alto risco e estão diretamente associados ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

No combate à doença, a vacina contra o HPV destaca-se como uma das ferramentas mais eficazes, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos contra os tipos mais perigosos. Humberto França, médico urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, participou de painel promovido pela farmacêutica global MSD, em Salvador, e também deu entrevista ao Ciência & Saúde da Rádio O POVO/ CBN.

“A vacina para o HPV era só para as meninas entre 9 e 14 anos. Hoje, a gente já aplica em meninas e meninos, e ampliou inclusive a idade para essa vacinação. O HPV está relacionado a mais de 90% dos casos de câncer de colo uterino e também a muitos casos relacionados ao câncer de pênis”, explica o médico.

Segundo o especialista, isso acontece porque existem alguns tipos de vírus do HPV que são carcinogênicos, que podem realmente levar ao desenvolvimento dessas doenças, e outros que causam somente verrugas na região genital, conhecidas como condiloma acuminado ou 'crista de galo’.

“A vacina que é dada no SUS, e que protege contra quatro vírus, é a quadrivalente. Hoje, a gente já tem produzida, mas ainda não no SUS, a vacina nonavalente”, afirma.

HPV: transmissão e tratamento

Diferente de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), que dependem exclusivamente de troca de fluidos, o HPV possui uma facilidade maior de contágio.

“O contágio dele é através do contato direto, seja de pele ou mucosas. Então, muitas vezes, mesmo usando a camisinha, a pessoa pode — se estiver na região pubiana encostando na outra pessoa — desenvolver também essa infecção. É importante mantermos claro o sexo seguro, mas a vacinação protege justamente contra esse tipo de vírus”, alerta o Dr. Humberto.

Assim como o herpes, o HPV não tem um tempo exato entre o contato e o desenvolvimento da lesão, com um intervalo entre 4 e 8 meses a partir da exposição. Além disso, a doença pode se manifestar de formas visíveis ou silenciosas. No homem, as evidências costumam ser mais externas, enquanto nas mulheres o perigo pode estar oculto.

“Em fases precoces, somente o exame preventivo pode detectar no momento inicial um ferimento ou até uma mancha, quando se faz a colposcopia. A identificação realmente é através do visual e do exame físico”, diz. O Dr. Humberto também destaca dados importantes sobre a infecção em jovens adultos e a necessidade de atenção à saúde masculina na adolescência.

"A gente tem nas mulheres adultas um pico entre os 20 e 24 anos na frequência de infecção por HPV. Nos homens, isso sobe até os 25 a 29 anos e se mantém. A vacina é indicada principalmente para uso nessa faixa etária de até os 25 anos. Precisamos ter cuidado com a falta de acompanhamento médico dos meninos, que, a partir dos 9 anos, têm que tomar essa vacina”, explica.

“Embora não exista cura para o vírus em si, as lesões provocadas por ele são tratáveis e o sistema imunológico pode ser auxiliado".

“O tratamento das lesões pode ser com o uso de ácido tricloroacético, imiquimode, laser ou eletrocauterização. Em torno de uns 44% das pessoas, se você tratou as lesões iniciais, podem recidivar pelo menos uma vez. Uma vez que se intensifique e se respeitem as orientações, tem uma possibilidade de quase 80% de não ter mais recidivas”, finaliza.

 

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