Hepatite: veja quais são os tipos e os sintomas dessa doença

Quando não tratada, ela pode levar a danos progressivos no fígado, aumentando o risco de cirrose e de outras doenças

Há quatro anos, foi instituído o Julho Amarelo, uma campanha nacional de prevenção e conscientização sobre as hepatites virais. A cor amarela foi selecionada para representar a campanha devido a um dos principais sintomas da doença: a icterícia, que causa a coloração amarelada da pele e dos olhos, decorrente do comprometimento das funções hepáticas.

Aumento de casos da doença

De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2022, do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2021 foram notificados cerca de 718 mil casos da doença e mais de 80 mil óbitos em decorrência de complicações da patologia no país. A hepatite é uma inflamação no fígado, gerando alterações leves, moderadas ou graves.

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Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), na última semana, em laboratórios privados, o número de diagnósticos de hepatite A aumentou 56,2% em janeiro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2022. Os casos de hepatite C também tiveram um aumento de 2,4% e somente a hepatite B manteve-se estável no período. Esse levantamento reúne laboratórios responsáveis por 60% dos testes realizados pela saúde suplementar no país.

Tipos de hepatite

Nos casos das hepatites virais, que são o foco do Julho Amarelo, as variações são classificadas de A a E, sendo que os tipos mais comuns no Brasil são A, B e C. No caso dos tipos B e C, eles são responsáveis pelo maior número de contágios e de mortes – inclusive por raramente terem sintomas agudos e só serem descobertos por exames de rotina ou quando o fígado já está comprometido, e são transmitidos por meio de relações sexuais desprotegidas, contato com sangue contaminado ou de mãe para filho durante a gravidez.

O tipo A está relacionado a condições de saneamento básico, higiene, água tratada e más condições de alimentos e é transmitida pelo contágio fecal-oral.

Duas mãos segurando imagem de um fígado
Fígado é o órgão mais afetado pela hepatite (Imagem: Orawan Pattarawimonchai | Shutterstock)

Fique atento aos sintomas

Entre os sintomas mais comuns da hepatite estão cansaço, febre, tontura, mal-estar, enjoo, vômito, urina escura, fezes claras e um tom amarelado na pele e nos olhos, o qual é o sintoma mais característico da doença em razão do ataque ao fígado. O agravamento pode comprometer o órgão e causar cirrose ou, até mesmo, câncer de fígado.

“Os sintomas da doença podem demorar anos para aparecerem e em muitos casos a doença pode ser assintomática até entrar na sua fase aguda, quando seu quadro já está agravado e com poucas chances de reversão, por isso a conscientização da população é fundamental para apoiar a prevenção e garantir o diagnóstico precoce”, explica a hematologista do Sabin Diagnóstico e Saúde de Ribeirão Preto, Maria do Carmo Favarin.

Prevenindo a hepatite

A vacinação é a principal medida preventiva para os tipos A e B, garante a médica. “A primeira dose da vacina para o tipo B deve ser aplicada ao nascer e para o tipo A é recomendada a aplicação aos 15 meses de vida”, esclarece Maria do Carmo Favarin.

A prevenção da doença inclui também a prática de sexo seguro e o não compartilhamentos de instrumentos cortantes ou objetos de higiene pessoal, além de melhoria no sistema de saneamento básico e na higienização de alimentos.

“O objetivo do alerta e da conscientização é o fato de que quando adequadamente prevenida e precocemente tratada podemos reduzir os impactos da doença, suas complicações e o número de óbitos. Quando diagnosticadas precocemente e iniciado o tratamento correto, a doença pode ser controlada e até curada, dependendo do tipo. A hepatite C, por exemplo, tem cura em mais de 90% dos casos, quando o tratamento é iniciado precocemente e seguido corretamente”, ressalta Maria do Carmo Favarin.

Forma de diagnóstico da doença

O diagnóstico da hepatite é feito por meio da sorologia para detectar se a hepatite é do tipo A, B, C, D ou E. Além disso, podem ser feitas provas hepáticas e outros exames complementares. Os resultados dos exames de sangue são rápidos e descobrir a doença de maneira precoce é fundamental para garantir um bom tratamento, evitar complicações e aumentar as chances de cura.

Nas situações em que o diagnóstico é confirmado, o médico poderá solicitar exames complementares para detectar se a infecção se encontra ativa e se está em sua fase aguda ou crônica.

Por Anne Candal Pinheiros

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