Hospital Unimed Fortaleza realiza transplante de fígado pela primeira vez

Foi a primeira vez que o procedimento aconteceu na unidade

O Hospital Unimed de Fortaleza, localizado no bairro Joaquim Távora, realizou pela primeira vez um transplante de fígado no início do mês de maio. A unidade de atendimento foi autorizada em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde (MS), que realizou uma série de avaliações para ver se o hospital estava apto para realizar o procedimento.

“O transplante hepático, como quase todo transplante, é a ponta da Medicina, o que a gente considera de mais alta complexidade”, diz o médico Jurandir Marques, diretor executivo do Hospital Unimed de Fortaleza. “Alta complexidade é aquilo que necessita de um grande quantidade de profissionais e de conhecimentos técnicos-científicos para serem realizados.”

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“Envolve muita coisa, a capacidade de o hospital ter suporte no centro cirúrgico, na enfermaria, onde o paciente vai ficar depois da cirurgia. A quantidade de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas necessários é enorme. Dezenas e dezenas de pessoas”, complementa.

 

O diretor ainda explica que o transplante de fígado é financiado por meio de verbas federais. O Brasil possui o maior programa público de transplantes do mundo. Cerca de 88% dos procedimentos do tipo realizados no País são financiados por meio de verbas públicas, segundo dados do Ministério da Saúde.

“A Unimed Fortaleza compartilha responsabilidades de um lado e o Sistema Único de Saúde (SUS) do outro. Tudo em prol do nosso paciente. Nós somos credenciados pelo Ministério da Saúde, portanto, a gente faz o transplante hepático do paciente que necessitar, seja ou não da Unimed.”

O processo de encontrar um doador, segundo o diretor, não costuma ser muito difícil ou demorado. Isso porque qualquer pessoa que tenha o mesmo tipo sanguíneo que o paciente pode ser um possível doador.

“É bem mais fácil [o transplante de fígado]. No transplante renal, acontece de você ter rim à disposição no Sistema Nacional de Transplantes, mas a gente só encontra o doador em São Paulo, porque todos os do Ceará ou do Nordeste são incompatíveis", exemplifica.

O órgão do transplante de fígado, no entanto, deve vir de um doador cadáver. “São pacientes que tiveram mortes por algum tipo de trauma, uma causa súbita não vinculada a uma infecção e também ao câncer", explica o diretor.

“O paciente, obviamente, não pode ficar sem o fígado. O [transplante de] rim tem doador vivo porque você pode ter um fígado (um ser humano normal tem dois) e ficar muito bem, mas o fígado não tem isso.”

Essa foi a primeira vez que o Hospital Unimed Fortaleza realizou um transplante hepático, mas no local já era feita a transplantação de outros órgãos. A unidade fez, até hoje, 164 transplantes de medula óssea e dez renais.

O processo para conseguir a autorização do Governo para realizar transplantes demora anos. Existem uma série de exigências, veja algumas:

  • Funcionamento de 24 horas por dia;
  • Setor de emergência;
  • Plantonistas não só da área médica, mas também administrativa;
  • Centro cirúrgico com suporte de materiais;
  • Centro de imagem;
  • Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Como entrar na lista de espera?

Caso o paciente concorde com a realização do procedimento, um médico autorizado irá providenciar a inscrição dele no sistema do Ministério da Saúde, incluindo dados do paciente e do diagnóstico da doença.

O paciente, então, será posicionado na lista de espera, de acordo com a ordem de inscrição, gravidade e urgência da situação e compatibilidade com doador existente.

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