Câncer de mama: cerca de 48% das mulheres não realizaram exames de prevenção
A mamografia é a melhor forma de identificar um possível câncer na região mamária
Cerca de 48% das mulheres não realizaram exames de médicos na mama nos últimos dois anos. O dado é resultado de uma pesquisa realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer. O levantamento, que foi feito de forma online, contou com a participação de mulheres das cidades e regiões metropolitanas de São Paulo, Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
A pesquisa contou com a participação de 1.397 mulheres. Segundo o levantamento, nos últimos 18 meses, período com maior índice de casos da Covid-19, apenas 34% das voluntárias informaram ter feito o exame de mamografia, procedimento apontado como o mais eficaz na prevenção de anormalidades na região mamária.
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“Durante a pandemia, mesmo pacientes com acesso à saúde (por meio de unidades e procedimentos particulares), muitas vezes deixaram os exames de lado por medo de ir ao hospital, e muitos pacientes deixaram de realizar os exames”, relatou a oncologista Débora Gagliato, integrante do comitê científico do Instituto Vencer o Câncer (IVOC).
A pesquisa ainda apontou que 36% das voluntárias realizaram algum ultrassom de mamas. Outras 28% passaram pelo procedimento de palpação clínica, o exame manual de mama, feito por um profissional da saúde. Já 21% ainda relataram não ter feito exames com nenhum profissional de saúde, mas que continuaram a fazer o autoexame de mamas, apalpando os próprios seios.
“O câncer não esperou a pandemia. Então, infelizmente, houve um aumento no número de mulheres diagnosticadas com a doença na forma mais avançada. É muito triste ver que uma paciente, que poderia ter uma doença mais localizada, em um estado avançado. O tratamento é, com certeza, mais difícil”, pontuou a oncologista.
Câncer de mama: importância do exame de prevenção
De acordo com a World Health Organization, de todos os diagnósticos de câncer de mama no Brasil, cerca de 11% são detectados já na fase de metástase, ou seja, na forma grave da doença.
Segundo com a oncologista Débora Gagliato, a melhor forma de identificar um possível câncer de mama é o exame de mamografia. O exame é um procedimento radiológico que possui alta resolução e fornece imagens detalhadas da região mamária. Dessa forma, é capaz de identificar precocemente um câncer, antes mesmo que a mulher tenha sintomas.
Durante o exame, a mulher se posiciona em pé, de modo que o seio fique entre as duas placas de um equipamento chamado mamógrafo. Apesar de incômodo para algumas pessoas, o procedimento é indolor.
Segundo a pesquisa, no entanto, 64% das mulheres considera que o autoexame das mamas é a principal forma de descobrir precocemente tumores de mama. Apesar de, de fato, indicar possíveis anomalias, o procedimento não possui precisão.
“O autoexame pode ser feito, mas em uma questão de autoconhecimento. A mulher ainda precisa complementar com a mamografia”, ressaltou Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.
“A mamografia continua sendo o principal exame, mesmo para as mulheres que tenham próteses mamárias estéticas, por exemplo. A mamografia é capaz de avaliar microcalcificações. Então consegue identificar e diagnosticar o princípio de uma doença, que pode indicar um futuro câncer”, ainda ressaltou a oncologista Débora Gagliato.
A pesquisa realizada pelo Ipec foi apresentada pelo Coletivo Pink – Por um Outubro Além do Rosa, durante uma coletiva de imprensa no Largo da Batata, em São Paulo. Na ocasião, também foi levantada a importância do procedimento ser realizado pelas mulheres a partir dos 40 anos. O exame, sobretudo, deve continuar a ser realizado anualmente.
Câncer de mama: atividade física reduz riscos de tumores
Débora Gagliato ainda levantou a questão de que estudos indicam os exercícios físicos como eficientes para reduzir os riscos de desenvolver câncer de mama. Segundo ela, mulheres que praticam alguma atividade física têm 60% menos risco, independente da composição corporal.
Além disso, mulheres que fazem atividade física após o diagnóstico de câncer também possuem risco reduzido. Há também uma redução em 45% de morte relacionada aos tumores.