Reações adversas a medicamentos: entenda o que são, como evitar e o que fazer

De dores de cabeça e desconforto intestinal até reações alérgicas graves, os medicamentos podem trazer efeitos indesejados e inesperados. O POVO consultou especialista e responde a algumas dúvidas sobre o tema

A maioria dos medicamentos produzem diversos efeitos, mas geralmente apenas um — o efeito terapêutico — é desejado para o tratamento. Os outros efeitos podem ser considerados indesejados, sejam graves ou não.

A maioria das pessoas conhece as reações adversas leves: são os efeitos colaterais dos remédios, e a maioria deles está descrita na bula. Por exemplo, alguns anti-histamínicos, além de controlar os sintomas de alergias, causam sonolência. 

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Já o termo reação adversa medicamentosa é tecnicamente mais adequado para efeitos de medicamentos que são potencialmente nocivos à saúde. O POVO consultou especialista e responde a algumas dúvidas sobre o tema:

O que são as reações adversas a medicamentos?

"As reações adversas são efeitos indesejados que podem surgir após a administração de um medicamento e na maioria das vezes estão listados na bula dos medicamentos", explica Paulo Sérgio Arraes, professor de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPuim).

"Outras vezes essas reações não aparecem na bula; são aquelas reações raras, desconhecidas, e que precisam ser investigadas."

As reações podem acontecer por motivos como:

  • Dosagem;
  • Frequência de uso;
  • Interação com outros medicamentos;
  • Hipersensibilidade a alguma medicação;
  • Velocidade de infusão do medicamento na corrente sanguínea;
  • Alergia.

 

As reações a medicamentos são perigosas?

Paulo Sérgio Arraes expõe que as reações podem variar de gravidade. Podem ser leves e mais comuns, como náuseas, tontura, dor de cabeça ou desconforto intestinal. "Normalmente a pessoa pode conviver com elas, às vezes tomando um outro medicamento para controlar esse efeito", explica. "Tem ainda aquelas situações moderadas, com urticárias, pruridos, edemas. Aí você precisa de tratamento específico."

Também há situações que são mais graves, como edema de glote (inchaço repentino na garganta), choques anafiláticos e parada cardiorrespiratória.

 

É possível evitar as reações adversas a medicamentos?

"É preciso entender os riscos da automedicação e seguir corretamente as recomendações de uso do remédio", destaca Arraes. "É necessário que haja essas explicações dos médicos, e os farmacêuticos devem estar à disposição nas farmácias para complementar as informações e orientações também dadas pelos médicos, pelos dentistas."

Ele lembra ainda a importância de o paciente informar se já faz uso de outros medicamentos e se já apresentou reações adversas e alergias a alguma medicação.

"Uma dica é manter essas informações por escrito direitinho para lembrar o nome dos medicamentos na hora da consulta ou da compra, para que o profissional possa avaliar a melhor escolha possível dos medicamentos a serem prescritos", acrescenta o professor Paulo Sérgio.

O que fazer ao perceber uma possível reação?

"Depende muito também da gravidade. Existem aquelas situações em que a pessoa vai necessitar buscar uma emergência médica, outros não. Mas o fundamental é buscar o apoio de um especialista", recomenda o professor.

Reações adversas medicamentosas leves ou moderadas não significam necessariamente que o paciente deve parar de tomar o medicamento. Os médicos devem ser consultados, e a situação tende a ser resolvida com mudanças na dose, na frequência de uso (número de doses por dia) e nos horários das doses (por exemplo, antes ou após as refeições, pela manhã ou à noite).

"No caso dos profissionais de saúde, é muito importante a notificação dessas reações. Hoje nós temos um sistema nacional de farmacovigilância, o VigiMed, em que você pode fazer a notificação dos casos; até mesmo o usuário pode fazer isso", orienta.

"Temos também o Centro de Farmacovigilância do Ceará, que também pode ser comunicado sobre a situação e passar informações com relação ao caso."

Onde buscar orientação sobre as reações adversas medicamentosas?

O primeiro caminho, nos casos leves e moderados, é voltar à unidade de saúde, ao consultório ou farmácia e relatar a reação para receber as devidas recomendações. Reações graves devem ser dirigidas para os serviços de emergência.

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