Doença do tatu: ONG alerta sobre contato com animais silvestres
Após morte de jovem no Piauí, Associação Caatinga relembra cuidados no contato com fauna selvagem e importância da preservação ambiental; apesar do nome, doença do tatu não é transmitida diretamente pelo animalApós a morte de um jovem em Teresina (PI), nesta semana, pela chamada "doença do tatu", a ONG Associação Caatinga produziu um alerta sobre os riscos no contato com animais silvestres. A organização pontua a importância da preservação destas espécies e de seu habitat.
No caso do Piauí, o jovem contraiu o fungo Paracoccidioidomicose ao caçar um tatu. Apesar do nome, a doença não é causada diretamente pelo animal: o fungo é encontrado no solo das tocas, que são vasculhadas durante a caça. Além do jovem que morreu, o irmão dele e um amigo, que participavam da ação, foram contaminados.
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A Associação Caatinga lembra que a caça de animais silvestres é regulamentada pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). O texto define que é proibido "caçar, apanhar ou utilizar" estes bichos sem permissão ou licença dos órgãos competentes, ou fora dos termos da autorização concedida.
A pena é de detenção, que pode ir de seis meses a um ano, e multa. Se houver comprovação de caça profissional (para venda de carne, peles ou outras partes do animal), a punição pode ser aumentada em até três vezes.
Para além da questão legal, há riscos para a saúde, como no caso do jovem piauiense. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 60% das doenças que atingem humanos têm origem animal - as chamadas zoonoses. Alguns exemplos são a raiva, a gripe H1N1 e a peste bubônica.
O desmatamento, que provoca a perda de habitat de diversas espécies selvagens, está diretamente ligado à maior frequência das doenças em humanos. Ao perder as áreas de moradia, muitos animais acabam se aproximando de regiões residenciais, aumentando o número de casos como mordidas, picadas ou similares.
Deste modo, como alerta Samuel Portela, coordenador da Asssociação Caatinga, deve-se priorizar a proteção destes animais. Este cuidado, no entanto, deve ser feito com a preservação dos habitats. Segundo o especialista, como algumas das espécies são de fácil convivência, muitas pessoas acabam levando os bichos para casa, mas a prática não é recomendada.