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Refrigerante: por que faz mal à saúde? Entenda

Refrigerante é uma bebida açucarada e rica em sódio e cafeína, podendo causar dependência química e problemas fisiológicos, como gastrite, se consumido em excesso

Por conter alto teor de açúcar, sódio e cafeína em sua composição, o consumo exagerado de refrigerante repercute negativamente na saúde. A bebida não possui valor nutricional e é hipercalórica, favorecendo a retenção de líquidos, contribuindo ao aumento de peso, sensação de barriga estufada, pernas inchadas, etc. Sua ingestão excessiva pode causar dependência química e psicológica, além de problemas como gastrite e pressão alta.

O elevado teor de açúcar no organismo pode comprometer, na boca, o esmalte dos dentes, alterando a coloração e a textura deles. Refrigerante contém ainda quantidade considerável de ácido fosfórico, que dificulta a absorção de cálcio para o fortalecimento de dentes, provocando desgastes e erosões, facilitando a proliferação de cárie e aparecimento de placa bacteriana.

Refrigerante: problema de saúde já começa na boca

Segundo Rita Vania Albuquerque, cirurgiã-dentista pela Universidade Federal do Ceará (UFC), os refrigerantes, por possuírem acidez elevada, podem promover erosão do esmalte dentário de modo direto (pelo hábito de ingerir a bebida). "O grau de perda vai depender da frequência do hábito, podendo ser maior na infância e na adolescência, período de maturação do esmalte", explica.

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Além disso, o aumento da acidez estomacal pode gerar azia e refluxo, que pode provocar desgaste das estruturas dentais. Conforme Vania, o nível de desgaste dental vai depender de outros fatores, como o grau do refluxo apresentado pelo paciente, bem como seus hábitos de higiene bucal. "A presença de hábitos deletérios, como o bruxismo, por exemplo, quando associado ao refluxo, representa uma situação altamente prejudicial ao tecido dentário"

Devido à acidez dessas bebidas, o cálcio que seria dos ossos é utilizado para equilibrar o pH do organismo e facilitar a digestão no estômago (que ocorre em pH ácido), fomentando o aparecimento de osteoporose. Consequentemente, o cálcio utilizado nesse processo será eliminado na urina, aumentando o risco de formação de cálculos renais em decorrência do acúmulo dessa substância durante o processo de filtragem do sangue nos rins.

Por causa dos altos valores de cafeína e sódio presentes em refrigerantes, pode haver também elevação gradual da pressão arterial de pessoas que consomem essas bebidas frequentemente. A ingestão exagerada da frutose presente em muitas dessas bebidas gaseificadas tem relação com o aumento da pressão arterial e aparecimento de doenças hepáticas em jovens.

Refrigerante: problemas de saúde para além dos já conhecidos

Segundo a nutricionista Ivelise Rodrigues, formada pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional, o consumo de refrigerante afeta a saúde das pessoas de diversas formas, devido aos inúmeros aditivos adicionados a essas bebidas (corantes, edulcorantes, conservadores, realçadores de sabor etc).

“Além da descalcificação dos ossos, da osteoporose, corrosão do esmalte dentário, problemas na bexiga, alergias, anemias, o consumo excessivo de refrigerantes pode prejudicar o desenvolvimento de fetos e a saúde de mulheres grávidas. A grande quantidade de açúcar e sódio presente nessa bebida pode levar ainda ao aumento de peso, deposição de gordura no fígado e desenvolvimento de doenças crônicas em geral, como diabetes, hipertensão, obesidade”, disse.

Consumo eventual do refrigerante é um problema?

Por outro lado, ela afirma que o consumo eventual de refrigerantes não é um problema, sendo o consumo da bebida bem tolerado em um contexto de alimentação balanceada. “Em geral, os refrigerantes devem ser preferencialmente consumidos em ocasiões comemorativas com moderação e não devem ser consumidos diariamente e em grandes quantidades, para que não haja o acúmulo das substâncias tóxicas advindas dos aditivos no nosso organismo”, complementou.

Refrigerante: o depoimento de quem cresceu tomando Coca-Cola

Para Brunno de Paula, uma pessoa que cresceu tomando Coca-Cola, largar o vício em refrigerante foi difícil, mas valeu à pena. Nascido em uma família de pessoas que tomam refrigerantes pelo menos duas vezes ao dia, ele disse que sua dependência foi aprendida com o exemplo do pai e de seus irmãos mais velhos, que também são viciados em refrigerante.

Ele conta que quando parou de tomar Coca-Cola sofreu bastante no primeiro mês. “Não podia nem escutar o barulho do gás saindo que já sentia água na boca”, comenta. Mas, ao experimentar os benefícios da não ingestão do refrigerante, sua vida melhorou muito, chegando a perder 10kg somente parando de tomar a bebida, sem fazer mais nada de diferente.

“Psicologicamente, o vício em Coca-Cola me fez mal, era obeso e enfrentava piadinhas e o constrangimento diário de ser observado em ônibus quando tinha de passar pela catraca. Era horrível. Quando perdi os primeiros 10kg, criei coragem para fazer dieta de verdade e praticar atividade física. Antes tinha preguiça até de levantar para pegar um copo d'água.”

Ele conta que sua autoestima melhorou, sua vaidade aumentou e voltou a usar roupas que tinha deixado de lhe vestir quando conseguiu chegar a 150 kg (ele chegou a pesar 160kg). Sua saúde melhorou tanto ao ponto de desejar que todas as pessoas pudessem sentir a satisfação que teve quando se libertou da dependência e passou a ter uma vida saudável. E ele frisa "nenhum dependente acha que é dependente”.

Em seu relato ao O POVO, Brunno afirmou que, em um dia, chegou a tomar 3,5 litros de Coca-Cola, mas que agora, depois de dois anos “limpo”, já não se lembra nem do sabor do refrigerante e não sofre mais com refluxo que tinha. Hoje, sente-se feliz pelo ganho na qualidade de vida.

Refrigerante: o sucesso da Coca-Cola

A Coca-Cola é um excelente exemplo de marketing bem sucedido. Com a permanência da marca no decorrer dos anos até mesmo em localidades afastadas de grandes centros, o refrigerante está presente na memória afetiva das pessoas em todo o mundo.

Todos os dias em todo o planeta, uma em cada quatro pessoas tomam Coca-Cola. O rótulo vermelho ou a latinha da mesma cor representam, num intervalo de 24 horas, 78% das 1,7 bilhão de unidades de bebidas vendidas cuja empresa-mãe é a The Coca-Cola Company.

No Brasil, ocorre a quarta maior operação da marca, que somente em 2012 registrou um consumo de 11,5 bilhões de litros da versão tradicional e de suas variações. E, de fato, a Coca vai bem com muitas coisas, como pizza, pastel, salgadinho, pipoca… tudo o que os brasileiros amam comer em diversas situações em qualquer estação do ano.

No entanto, quando a vontade de tomar uma Coca gelada se torna uma necessidade, ultrapassando o mero prazer e se tornando uma alternativa à água que mata a sede, isso pode ser indício de vício. Com a dependência estabelecida, controlar a ingestão da bebida passa a ser difícil e o excesso prejudicial à saúde do corpo.

A The Coca-Cola Company enfrenta habitualmente acusações de que a Coca-Cola faz mal aos consumidores. Por outro lado, a empresa afirma que seus produtos não contém substâncias prejudiciais à saúde das pessoas e para se afastar de qualquer problema, são terceirizados testes dos ingredientes em animais, caso seja demanda governamental de um determinado país. Segundo a marca, a análise criteriosa dos resultados dos experimentos isenta a bebida de fazer qualquer mal aos humanos. 

Refrigerante: as bebidas diets são realmente melhores?

O refrigerante dietético, ou zero açúcar, é tão prejudicial quanto o tradicional devido ao tipo de adoçante utilizado na fabricação da bebida. A indústria retira o açúcar e utiliza substâncias adoçantes, como o aspartame, a sucralose, o ciclamato, o acessulfame, a sacarina, que mesmo não possuindo calorias, produzem efeitos indesejados no organismo, além de serem potencialmente cancerígenos.

Um desses efeitos é o aumento da absorção de glicose no intestino. “Tudo o que for consumido junto com o refrigerante e houver carboidratos, vai ser rapidamente absorvido, podendo aumentar o risco de desenvolvimento de Diabetes Tipo 2”, ponderou a nutricionista Ivelise Rodrigues.

Outro ponto negativo do refrigerante zero açúcar é o aumento da quantidade de sódio adicionada à bebida para aumentar o tempo de conservação do produto, o que pode prejudicar pessoas hipertensas, por exemplo. No entanto, se o refrigerante for consumido com a intenção de reduzir a ingestão de açúcar, o diet/light pode ser utilizado “com moderação”, bem como o tradicional. 

Refrigerante: como substituir a bebida

O consumo de água saborizada pode ser uma ótima opção para substituir o consumo de refrigerantes, especialmente quando são feitas utilizando água com gás e acrescentado frutas. Receitas de refrigerantes caseiros também podem ser uma opção menos industrializada. Mas, lembre-se, sempre consulte seu médico e nutricionista.

Refrigerante: receita de bebida caseira

A receita é do site Tudo Gostoso

Ingredientes

  • 10 l de água
  • 1 1/2 kg de açúcar refinado
  • 1 1/2 copo (200 ml) de suco de limão
  • 1 limão galego

Modo de preparo

  1. Coloque a água para ferver. 
  2. Despeje o açúcar na panela com a água fervendo, até dissolver bem.
  3. Retire do fogo e deixe esfriar.
  4. Coloque em uma vasilha de plástico o suco de limão com a água doce.
  5. Corte o limão galego e enrole em um pano de algodão ou filtro de café.
  6. Coloque dentro do líquido por 24 h.
  7. Retire o limão.
  8. Engarrafe o suco em embalagens pet de 2 l bem fechadas.
  9. Deixe descansar por 15 dias em local fresco e escuro.
  10. Depois é só colocar na geladeira e servir bem gelado.

Fontes: tua saúde, medscan, exame

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