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Sistema não invasivo para aferir pressão intracraniana é testado em hospital de Fortaleza

Objetivo do método é monitorar e detectar possíveis danos cerebrais antes que possam ser revelados por exames de imagem ou que sintomas clínicos se manifestem
15:21 | Out. 17, 2020
Autor Alan Magno
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Alan Magno Estagiário de jornalismo
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Tipo Notícia

O “Brain4care”, método tecnológico não invasivo de monitorização da pressão intracraniana, está sendo testado em uma rede particular de saúde em Fortaleza. Objetivo é monitorar e detectar possíveis danos cerebrais antes que possam ser revelados por exames de imagem ou que sintomas clínicos se manifestem.

A técnica permite a aferição, mapeamento e monitoramento do fluxo sanguíneo cerebral em tempo real e sem a necessidade de procedimentos invasivos no paciente. Com a tecnologia, será possível identificar mesmo as menores alterações na região e assim prevenir ou mesmo tratar doenças neurológicas antes que atinjam um nível avançado.

Na Capital, a pesquisa da técnica é conduzida pelo Hapvida no Hospital Antônio Prudente. A rede de assistência em saúde destacou que estava prestes “a concluir um projeto piloto para introdução de uma nova tecnologia não invasiva para monitoramento de alterações de pressão e complacência intracraniana por meio da morfologia do pulso da pressão intracraniana (PIC)”.

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Com cerca de um mês dos testes em larga escala, o superintendente médico regional do Hapvida, Bruno Alves, anunciou que já foram realizadas 365 monitorações em 108 pacientes. As medições fazem parte da primeira fase de testes da nova tecnologia que tem como objetivo produzir dados suficientes para que seja possível atestar a viabilidade, segurança e eficácia prática da nova técnica.

BRAIN4CARE

É considerada uma tecnologia segura pelos parâmetros de verificação das Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Food and Drug Administration (FDA) ainda em 2019. A tecnologia experimental completou os pré-requisitos iniciais para ingressar no mercado brasileiro e também nos Estados Unidos, após 14 anos de aprimoramentos.

Fundada pelo cientista brasileiro Sérgio Mascarenhas de Oliveira, a startup homônima ao Brain4care surgiu ainda em 2006 após ele ter recebido um diagnóstico equivocado de Parkinson. Sérgio apresentava na realidade um quadro de hidrocefalia com pressão intracraniana normal e reverteu os sintomas associados ao Parkinson após introdução cirúrgica de uma válvula para drenagem do líquido em excesso que estava causando a hidrocefalia.

Inquieto com a necessidade de se perfurar o crânio para procedimentos como estes, o físico-químico brasileiro se lançou em pesquisas que buscassem elaborar uma tecnologia eficaz e não invasiva para tais situações. Os estudos com o Brain4care chegaram a ser mencionados pela Singularity University, entidade localizada no vale do Silício, como um dos sete mais importantes do mundo em 2017, com potencial de impactar a vida de um bilhão de pessoas nos próximos dez anos. Aos 91 anos e ainda atuando à frente das pesquisas, Sérgio assume o lema de que “uma doença maldita gerou um resultado bendito”.

O atual aparelho é composto por uma espécie de faixa presa à cabeça com um sensor que capta os movimentos micrométricos de expansão e contração do crânio e transmite as informações para um tablet via bluetooth, que mostra os resultados do exame e pode emitir relatórios. Além disso, o dispositivo não emite ondas de radiação nem de ultrassom, o que permite uso seguro para praticamente todos os pacientes, incluindo pediátricos e oncológicos.


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