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Pesquisa revela que o período mais frequente em que os brasileiros acessam o celular é pouco antes de irem dormir

Levantamento foi feito a partir de respostas de 1,4 mil pessoas em todo o País
15:19 | Ago. 19, 2020
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Uma pesquisa feita no final de 2018 pelo Grupo Croma indicou que o momento em que os brasileiros mais utilizam o celular é quando eles estão próximos da hora de dormir. Os primeiros resultados apontam que 65% das pessoas entrevistadas acessam frequentemente ou quase sempre o smartphone quando estão na cama e pouco antes do período que escolheram para dormir. Além disso, a pesquisa também revelou que metade dos entrevistados se conecta ao telefone assim que acorda.

As informações foram coletadas a partir de respostas de 1,4 mil usuários em todo o País. Foram aplicadas entrevistas mensalmente por meio de questionário on-line e com aproximadamente 15 minutos de duração. Mediante às perguntas realizadas, foram descobertos hábitos de uso, dados e satisfação com o aparelho e com a operadora. De acordo com a pesquisa, o WhatsApp é o aplicativo mais acessado em todas as ocasiões de uso de smartphone, seguido do Facebook e do Instagram.

O WhatsApp também é bastante utilizado pelos entrevistados durante o trabalho, sendo a ferramenta acessada por 60% dos participantes nessa ocasião. O levantamento ainda indicou outras ocasiões em que o uso do smartphone se destaca. Das pessoas entrevistadas, 47% utilizam o celular quando estão comendo sozinhas e 45% utilizam quando estão assistindo à televisão.

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Algumas dessas situações fazem parte da rotina da estudante de medicina Bárbara Gomes, 20. Ela afirma que acessa bastante o celular durante quase todo o dia, e não é diferente quando está assistindo à televisão ou fazendo refeições. A estudante relata que costuma navegar pela internet e responder mensagens quando está se alimentando sozinha porque sente a vontade de “consumir” informações. O mesmo ocorre quando está assistindo à TV e não há algo que ela julgue ser interessante na programação. Nesses casos, a televisão fica ligada, mas a maior parte de sua atenção é direcionada ao celular.

Bárbara alega que também utiliza seu telefone quando o horário em que costuma dormir está próximo. De acordo com a estudante, mesmo quando está se preparando para dormir e já está em sua cama, tem a sensação de que precisa acessar o celular e “consumir mais conteúdo”.

Às vezes, permanece navegando até uma hora além da prevista inicialmente para o seu repouso. Devido a esse cenário, ela acredita que a qualidade do seu sono tem sido afetada, e por isso tem buscado alternativas para contornar essa situação. A estudante tem utilizado um aplicativo que envia notificação a ela 30 minutos antes do horário programado para dormir, avisando-a de que já é o momento ideal para se organizar para o descanso. Assim, Bárbara diminui o ritmo de suas atividades e se prepara mentalmente para entrar em estado de repouso. “Procuro sempre fazer isso para ter uma rotina”, conclui.

O cientista ambiental Paulo Ipiranga, 27, afirma que os períodos em que mais acessa o seu celular são durante a madrugada e no fim da tarde. Ele também utiliza o aparelho quando está na cama, perto do horário de repouso, e alega que tem demorado mais a dormir devido a esse uso. Para diminuir o tempo que passa acessando o seu dispositivo, Paulo afirma que tenta utilizá-lo quando não está ocupado com outras atividades. “Eu procuro focar no que eu estou fazendo, não gosto de fazer duas coisas ao mesmo tempo”, complementa. O cientista ainda diz que não costuma acessar o celular durante as refeições ou quando está assistindo à televisão.

Influências na qualidade do sono

O neurologista e especialista em medicina do sono Manoel Sobreira reforça a importância do repouso para os seres humanos. De acordo com ele, é durante o sono quando o organismo se restaura e as funções vitais são restabelecidas. Por isso, é fundamental que o tempo adequado de sono seja respeitado.

Entretanto, o uso de equipamentos eletrônicos de tela plana como smartphones, tablets e televisões tem afetado o desempenho do sono nas pessoas devido à luminosidade que esses dispositivos possuem. Segundo Sobreira, essa luminosidade interfere na produção de melatonina, hormônio relacionado à regulação do ritmo circadiano (período de cerca de 24 horas em que o ciclo biológico de quase todos os seres vivos se baseia). Quando há a inibição da melatonina, existe a tendência de que o indivíduo durma mais tarde e, consequentemente, atrase a fase ideal do sono. No dia seguinte, provavelmente a pessoa terá de acordar mais cedo devido a algum compromisso social. Assim, com a redução de horas em que ela está dormindo, possivelmente haverá o desenvolvimento de efeitos de privação do sono.

Para contornar essa situação, o neurologista recomenda que esses equipamentos de tela plana não sejam utilizados em horários muito próximos aos de deitar. Esse uso pode tanto inibir a produção de melatonina quanto deixar alguns usuários mais agitados e, consequentemente, com mais dificuldades para iniciar o sono.

Além disso, o especialista em medicina do sono aconselha que as pessoas evitem a ingestão de bebidas que tenham cafeína, principalmente no fim da tarde e à noite, pois isso as deixam mais “alertas”. Ele também afirma ser ideal ter horários definidos para levantar e para deitar, porque permite que o ritmo circadiano seja “bem estabelecido”. Por fim, Manoel Sobreira recomenda que o local escolhido para dormir seja confortável, com barulho e luminosidade reduzidos e tenha temperatura agradável. Assim, a qualidade do sono poderá ser mais efetiva.

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