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SUS quer oferecer exame genético que indica probabilidade de bebê ter doença rara

Exame é chamado de "pré-nupcial"; Ministério da Saúde estuda incluir no Sistema Único de Saúde (SUS)
22:38 | Mai. 03, 2018
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[FOTO1]Feito a partir de coleta de sangue, saliva, mucosa oral ou pedaço de pelo, o chamado "exame pré-nupcial" aponta por análise genética a probabilidade de um bebê ter doenças raras antes do casal decidir ter filhos. O Ministério da Saúde (MS) estuda implantar o exame no Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de diminuir gastos com doenças raras no sistema público.

[SAIBAMAIS]O plano do MS é bastante criticado por gineticistas, que consideram que a ação causaria "um enorme custo a saúde pública sem um planejamento adequado". Segundo informações do portal UOL, o "exame pré-nupcial" custa cerca de R$ 12 mil na rede privada. De acordo com os especialistas da área, o exame não é capaz de detectar toda a gama de doenças raras e que o investimento nesse tipo de exame não é prioritário.

"Exame pré-nupcial" é uma espécie de teste de compatibilidade de casal e seria capaz de identificar a existência de genes ligados a algumas doenças genéticas hereditárias, assim como verificar a chance de futuros filhos do casal examinado possam ou não serem afetados por eles.
 
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Os geneticistas justificam a postura contrária ao exame na rede pública com um dado divulgado pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM). Atualmente, uma pessoa com doença rara demora mais de sete anos para chegar a um diagnóstico. "Não é um teste oferecido de maneira isolada que solucionará esses problemas, muito menos com uma ideia de Eugenia (teoria que busca produzir uma seleção nas coletividades humanas, baseada em leis genéticas) por trás do teste, o que fere os princípios éticos do aconcelhamento genético", afirma a SBGM.

A proposta de adoção do "exame pré-nupcial" no sistema público de saúde está em estudo, afirma o ministério. As ideias estão sendo debatidas junto da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec) e também será discutido em sessão plenária do Conselho Nacional de Saúde.
 
Redação O POVO Online 

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