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Linfoma atinge 10 mil brasileiros por ano: "País tem uma deficiência na aprovação de drogas mais eficazes"

14:50 | Set. 15, 2017
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Celebrado nesta sexta-feira, dia 15, o Dia Mundial de Conscientização do Linfoma reforça a realidade vivida pelos pacientes com a doença. No Brasil, dados de 2016 do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram 10 mil novos diagnósticos da doença a cada ano.

O número é inferior a outros tipos de câncer - o de próstata, por exemplo, no ano passado contabilizou 61.200 casos no País, mas preocupa pelo aumento significativo. O diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Carlos Chiattone, explica que a incidência dos linfomas  dobrou nos últimos 25 anos. Com a vantagem de que aumento se estabilizou.

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Há dois tipos de linfomas. O Linfoma de Hodgkin ocorre em 10 a 20% dos doentes, especialmente em crianças. É mais comum no sexo masculino. A possibilidade de cura em pacientes com tratamento inicial é de 75%. O sintoma inicial mais comum  é o aumento de ínguas – ou linfonodos. No Linfoma não Hodgkin,  60% dos casos acontece na infância, entre cinco e 15 anos, assim como o Hodgkin, a incidência maior é no sexo masculino. Nesse, a cura acontece em menos de 25% dos casos. Os sintomas se manifestam no estômago, na pele, cavidade oral, testino delgado e sistema nervoso central.

O médico explica que o linfoma é a reunião de mais de 100 doenças diferentes. “São cânceres nos linfócitos, das células do sistema imunológico, com comportamentos diferentes”.  Ele alerta para o linfoma agressivo que, se não tratado, pode levar o paciente a morrer dentro de um ano ou pouco mais. 

Hoje, além do tratamento convencional feito por meio da quimioterapia, da radioterapia e do transplante da medula óssea, existem “drogas inteligentes”, que atacam as células cancerosas sem atingir as normais e extingue os efeitos colaterais. Alguns desses medicamentos, no entanto, esbarram na aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para o médico, o País tem uma deficiência na aprovação de drogas mais eficazes. “Mas houve uma mudança que tem que ser reconhecida, com a aprovação de um número razoável, embora ainda estejamos defasados se comparados com outros países”.

Chiattone diz que há dois tipos de pacientes no Brasil. Aqueles que têm oportunidade de serem bem tratados obtêm resultados semelhantes aos de países desenvolvidos. Já aqueles que têm de recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS), onde a disponibilidade de medicamentos e a estrutura ainda são precárias.

 

Redação O POVO Online

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