Pesquisadores sintetizam compostos que podem retardar o Mal de Alzheimer
Os principais sintomas do Mal e Alzheimer acontecem, em grande parte, por que alguns metais fisiológicos (cobre, zinco e ferro), que circulam naturalmente pelo corpo humano
O Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio realizou uma pesquisa e conseguiu comprovar a interferência de uma substância na interação de biometais com a proteína beta-amiloide, vilã do Alzheimer. Ela pode retardar os sintomas e gerar mais qualidade de vida aos pacientes da doença
Os principais sintomas do Mal e Alzheimer acontecem, em grande parte, por que alguns metais fisiológicos (cobre, zinco e ferro), que circulam naturalmente pelo corpo humano, aparecem ligados a certas proteínas situadas no cérebro. Sem o acúmulo desses metais, é possível que a progressão seja retardada.
A pesquisa foi realizada pelo professor Nicolás A. Rey, coordenador do LABSO-BIO/PUC-Rio, e o aluno de doutorado em Química, Leonardo Viana de Freitas e teve a colaboração de pesquisadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular de Rosario, na Argentina.
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A primeira parte do estudo foi realizada no país vizinho e segundo Rey, uma proteína de pacientes de Alzheimer, a beta-amiloide, foi testada in vitro em uma técnica chamada ressonância magnética nuclear.
Rey explica que, no início, o composto sintetizado não interagiu diretamente com a proteína. Mas, ao colocaram em contato com metais como cobre e zinco, ele se ligou à beta-amiloide.
Com isso, foi possível retirar da proteína esses metais que são perigosos por favorecer a agregação da beta amiloide, que formam as placas senis, em um dos processos-chave do Alzheimer
Rey afirma ainda que: “O objetivo é diminuir a quantidade desses metais na placa da proteína. Se não for possível dissolver a placa, o fato de retirar os metais com certeza vai diminuir os sintomas. Já é um bom começo”, disse.
Os pesquisadores realizaram ainda estudos farmacológicos para comparar o composto com outros que estão sendo desenvolvidos pelo mundo. A conclusão da pesquisa apresentou que o composto é extremamente promissor.
Teste em animais
Após a comprovação, os pesquisadores usaram ratos sem a doença para tomarem uma quantidade extremamente elevada da substância, para saber o que aconteceria se o ser humano tomasse doses muito altas.
Os animais foram acompanhados durante 72 horas, mas nenhum apresentou mudança no comportamento do grupo de controle. De acordo com o professor, os animais continuaram se alimentando, bebendo água e nenhum morreu ou ficou doente.
De acordo com ele a terapia não elimina os metais, mas o redistribui, já que o que se tem no Alzheimer, basicamente, é uma má distribuição do cobre, do zinco e o ferro.
O prazo para duração dos testes vão de seis meses a um ano e, caso tenha sucesso, a pesquisa poderá avançar para a fase de testes clínicos.
No mundo, já são mais de 35,6 milhões de pacientes com mais de 60 anos que sofrem do Mal de Alzheimer e outras demências similares. No Brasil, estima-se que 1,2 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença incurável.
Redação O POVO Online
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