Camilo endossa Elmano para 2026, diz que não é candidato, mas lembra: "Política é dinâmica"
Ministro da Educação elogiou o trabalho do governador e disse que ele é o candidato à reeleição, embora admita que na política as coisas possam mudar
11:04 | Dez. 15, 2025
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), afirmou que Elmano de Freitas (PT) tem sido um grande governador e tem o direito de concorrer à reeleição. No entanto, não deixou de pontuar que a política é "dinâmica", abrindo margem para novos questionamentos.
"Eu não sou candidato. O Elmano (de Freitas) tem sido um grande governador. Ele tem direito à reeleição e está bem avaliado. Mas claro que política é dinâmica. O projeto que está em curso no Ceará tem avançado — com muita dificuldade em áreas como a Segurança Pública, que é um problema no Brasil inteiro. Mas tem avançado na Educação, Saúde e geração de emprego", disse o ministro em entrevista ao O Globo.
Pressionado sobre a afirmação de que a política é dinâmica e questionado sobre se poderia então ele próprio vir a ser candidato no Ceará, Camilo reiterou o nome de Elmano como cabeça da chapa governista para 2026. "Digo com toda a seriedade que o nosso candidato à reeleição se chama Elmano de Freitas", afirmou.
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No Ceará, adversários do grupo político de Camilo e Elmano têm ventilado a possibilidade do PT indicar novamente Camilo para a disputa local, caso o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PSDB-CE) seja realmente indicado pela oposição para concorrer ao cargo de governador. Pesquisas recentes mostram cenário mais acirrado em eventual disputa entre Ciro e Elmano.
Na última semana, Santana destacou ao O POVO a liderança do governador no Estado, apontando-o como quem irá liderar a disputa de 2026 no campo progressista cearense. Dias antes, o próprio Elmano disse, quando perguntado sobre se Camilo poderia substituí-lo na chapa, que vê o aliado como um grande nome nacional para o Partido dos Trabalhadores.
Elmano x Violência
Na mesma entrevista, Camilo foi questionado sobre a postura que o governador Elmano tem adotado quando o assunto é segurança pública, com discursos mais duros. O ministro, no entanto, disse que o governador está correto, destacando que no próprio governo já defendia ser preciso endurecer o combate ao crime.
"Quando fui governador, eu estudei muito essa questão da segurança pública. Fizemos todo investimento que você possa imaginar no Ceará. Eu converso disso com muita franqueza com o presidente Lula. 'Presidente, se esse país não construir uma ação, um pacto nacional contra o crime, com os Poderes constituídos, como o presidente da República, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, a Justiça e todos os estados, independentemente de questões partidárias e políticas, dificilmente nós vamos conseguir combater o crime organizado no Brasil'", disse.
O ministro acrescentou: "Tem que fazer o combate com inteligência, e endurecer mais as leis — e essa é um pouco da proposta do ministro (da Justiça) Ricardo Lewandowski".
O ex-governador defende que as ações sejam tomadas de forma rápida e integrada.
"Precisa ter uma ação mais rápida e efetiva do Judiciário, integrar as informações dos estados, proteger mais as fronteiras, aumentar o efetivo da Polícia Federal, criar uma discussão mais aprofundada. O Brasil precisa se unir em torno desse tema. É revoltante quando você vê um bandido matar um cidadão de bem", concluiu.