Delegado Waldir faz articulação da transição na Câmara
A interlocução entre Waldir e as equipes começou com a transição, mas se intensificou depois que Guedes perdeu batalhas importantes, como a aprovação do reajuste do Supremo Tribunal Federal pelo Senado, e com as complicações envolvendo as negociações sobre cessão onerosa, por causa do debate de divisão entre Estados e municípios.
Entre as principais preocupações que as equipes tentam barrar está o projeto que renova benefício para Sudene e Sudam e extensão do incentivo para Sudeco, com impacto de R$ 9,3 bilhões até 2020 e o refis para dívidas com Funrural - R$ 13 bilhões em 2018.
Com o líder da bancada, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dedicado a divulgar o novo governo no exterior, Waldir tem se reunido semanalmente com integrantes da atual e da futura equipe econômica para receber orientações sobre projetos em votação na Casa. Dos encontros sai com uma lista do que fazer e, em alguns casos, quem procurar para tentar barrar as propostas.
Uma delas é o projeto que perdoa dívidas de agricultores com o Funrural. Na semana passada, pressionado pela bancada ruralista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), colocou em votação um pedido para acelerar a tramitação do projeto. Waldir, então, pediu a ajuda de outros líderes para barrar a votação. "Eu virei oposição tentando impedir que pautas que mexam com o Orçamento passem. Alguns (líderes) pensam no ano que vem. Mas nem sempre encontro respaldo em todos e, às vezes, eu não tenho ali as pessoas para me ajudar naquele impedimento. O PSL é nanico. Não posso pedir uma verificação (de quórum) sozinho. Até a nossa obstrução é limitada. É uma atividade hercúlea", afirmou Waldir.
Apesar de ter eleito a segunda maior bancada em outubro, com 52 deputados, o PSL tem apenas oito parlamentares na Câmara atualmente.
Proposta
A falta de articulação política de Bolsonaro com o atual Congresso foi evidenciada na votação do reajuste do Judiciário, no mês passado. Na ocasião, após a proposta ser pautada no Senado, o presidente eleito disse que esperava que ela não fosse aprovada, mas, sem articulação na Casa, viu passar com apoio, inclusive, de senadores de partidos aliados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado
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