Ninguém está pensando em intervenção militar ou autoritarismo, diz general Heleno
Heleno, que participa de reuniões com integrantes do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, considerou natural a demora para a escolha de nomes para a equipe do próximo governo e afirmou que a estratégia de apresentar a indicação a conta-gotas é boa. "Há muitos candidatos. Todos apresentam credenciais significativas. A escolha é difícil e precisa ser pensada", disse. "Não há essa urgência. Existe essa urgência para vocês (jornalistas), que estão atrás de notícias. É uma questão de ter na cabeça. E até do ponto de vista de mídia é bom que ele vá soltando aos poucos."
Heleno afirmou não ter conversado ainda com o juiz Sérgio Moro, indicado para ocupar um super ministério da Justiça. "Fiz uma ligação telefônica rápida. Mas a escolha foi um gol de bicicleta do meio do campo que o presidente fez."
O general não quis comentar o adiamento da visita do governo do Egito ao Brasil. A decisão da suspensão da visita é associada às declarações feitas pelo presidente eleito pró-Israel. "Não vou tecer considerações sobre esse problema que aconteceu. Não sou nem primeiro-ministro nem ministro das relações exteriores. Vai ter gente mais tarde que vai entrar nessa seara. Numa campanha, é diferente. Agora não. Cada macaco no seu galho. O ministro das relações exteriores vai tecer considerações e levar ao presidente", disse, na tarde desta segunda.
O governo egípcio atribuiu o adiamento a compromissos de autoridades do país. Nos bastidores, no entanto, a informação é de que a verdadeira causa a mudança de planos foi a decisão anunciada por Bolsonaro de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém.
Heleno afirmou que o trabalho humanitário para acolher venezuelanos tem total apoio da equipe, é um trabalho difícil e uma preocupação. "Não tem como negar esse apoio. É um problema humanitário."
Agência Estado
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