PF apreende R$ 430 mil em dinheiro na casa de líder do PL Sóstenes Cavalcante
Operação Galho Fraco cumpre mandados no DF e no RJ e investiga crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. R$ 430 mil apreendidos
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira, 19, a Operação Galho Fraco, que investiga o desvio e a ocultação de recursos públicos provenientes da cota parlamentar. Os principais alvos são os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, e Carlos Jordy (PL-RJ).
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Estado do Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a ação, a PF apreendeu cerca de R$ 430 mil em espécie em endereços ligados a Sóstenes Cavalcante.
Segundo a corporação, não houve diligências nos gabinetes parlamentares na Câmara. As investigações apuram a prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Investigação e desdobramentos
A Operação Galho Fraco é um desdobramento da Operação Rent a Car, deflagrada em dezembro de 2024. De acordo com a PF, o esquema envolvia a atuação coordenada de parlamentares, servidores comissionados e particulares para o desvio de recursos do orçamento público.
A principal suspeita é de que os investigados utilizavam contratos simulados com empresas de fachada, especialmente locadoras de veículos, para justificar despesas e desviar verbas da cota parlamentar. A identificação dos deputados ocorreu após a análise de materiais apreendidos em 2024, como mensagens de celular, depoimentos e quebras de sigilo autorizadas pela Justiça.
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O que é a cota parlamentar
A cota parlamentar é uma verba mensal destinada ao custeio de despesas relacionadas ao exercício do mandato, como passagens aéreas, alimentação, aluguel de veículos e manutenção de escritórios. Para deputados do Rio de Janeiro, o valor mensal disponível é de R$ 41.553,77.
Manifestações
O deputado Carlos Jordy se manifestou por meio das redes sociais, classificando a operação como uma “perseguição implacável”. Ele negou irregularidades e afirmou que a empresa citada na investigação é de pequeno porte, com apenas cinco veículos, mas contratada desde o início de seu mandato.
Jordy também destacou que a operação ocorreu no dia do aniversário da filha e incluiu endereços de familiares.
Até a publicação desta reportagem, a defesa do deputado Sóstenes Cavalcante não havia se manifestado oficialmente sobre a apreensão dos valores em locais a ele vinculados.