Assembleia cria Comenda Rosa da Fonsêca para homenagear mulheres no Ceará
Honraria será concedida anualmente, em março, a mulheres com atuação de destaque em áreas como educação, saúde, direitos humanos, cultura e sustentabilidade
A Assembleia Legislativa do Ceará deu aval, na última quarta-feira, 17, para a criação da Comenda Rosa da Fonsêca, reconhecimento que passará a ser concedido anualmente, no mês de março, a mulheres que se destacam por sua contribuição em diferentes campos da vida social no Estado.
Rosa foi professora, sindicalista e política cearense que desempenhou papel na luta pela democracia, além de ser referência na organização de movimentos sociais e na defesa dos
direitos trabalhistas e das liberdades.
A proposta foi apresentada pela deputada Jô Farias (PT) e posteriormente assumida pela Mesa Diretora, que a reapresentou a proposta como Projeto de Resolução, com assinatura do presidente Romeu Aldigueri (PSB). A iniciativa recebeu manifestações favoráveis durante a tramitação em plenário.
Além da parlamentar autora, os deputados Renato Roseno (PSOL) e De Assis Diniz (PT) destacaram o legado político, educacional e social de Rosa, cujo nome identificará a honraria.
O texto aprovado estabelece que a comenda será destinada a mulheres com atuação relevante em áreas como saúde, educação, cidadania, justiça, defesa dos direitos das mulheres e das crianças, cultura, desenvolvimento econômico e social, além de ações voltadas à sustentabilidade ambiental, reconhecendo trajetórias que expressem o protagonismo feminino no Ceará.
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Trajetória e atuação política
Rosa Maria Ferreira da Fonsêca nasceu em Quixadá, em 24 de abril de 1949, filha de Manoelzinho e Rocilda. Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC), participou ativamente do movimento estudantil durante o regime militar. Nesse período, foi alvo de prisão política, perseguições e tortura, assim como seus irmãos Manoel e Fátima.
Na década de 1970, integrou a criação do grupo Crítica Radical, ao lado de militantes como Jorge Paiva, Célia Zanetti e Maria Luiza Fontenele (ex-prefeita de Fortaleza), contribuindo para processos de reorganização dos movimentos sociais no País. Rosa exerceu mandato como vereadora de Fortaleza entre 1993 e 1996, alcançando a segunda maior votação no pleito municipal, e teve participação relevante no apoio à gestão de Maria Luiza Fontenele à frente da Prefeitura de Fortaleza, durante a chamada 'Administração Popular', entre 1986 e 1988.
Com trajetória ligada à educação e ao sindicalismo, Rosa da Fonsêca atuou como professora da rede municipal de Fortaleza e ocupou a presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará e do Sindicato Unificado dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação (Sindiute). Ela morreu em 1º de junho de 2022, em decorrência de câncer.
O reconhecimento a ela também se expressa em outras homenagens. Rosa da Fonsêca recebeu o título de cidadã honorária de Fortaleza, a partir de proposta apresentada pela então vereadora Larissa Gaspar (PT). O nome da militante denomina ainda a Casa da Mulher Cearense, em Quixadá, e uma escola municipal situada no Residencial Luiz Gonzaga, no Jangurussu, na Capital.
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