Especialistas analisam efeitos da prisão de Bolsonaro no OP News; confira

Ex-presidente cumpre prisão preventiva na Superintendência da Polícia Federal em Brasília após decisão de ministro Alexandre de Moraes

15:13 | Nov. 22, 2025

Por: Lara Santos
Bolsonaro teve prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes (foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve prisão preventiva decretada na madrugada deste sábado, 22, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com aval da Procuradoria Geral da República (PGR).

O ex-chefe de Estado, que cumpria prisão domiciliar desde agosto, foi levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília após ser acusado de tentar romper a tornozeleira eletrônica para facilitar uma fuga, segundo despacho de Alexandre de Moraes.

O que dizem os especialistas?

Em entrevista à primeira edição do O POVO NEWS deste sábado, especialistas analisaram a prisão de Bolsonaro, avaliaram o impacto no cenário político atual e projetaram possíveis desdobramentos do caso.

Advogado penal, Rodolfo Franco detalhou os fundamentos da prisão preventiva de Bolsonaro e apontou quais devem ser os próximos passos do caso.

“Primeiro temos que entender que essa prisão não foi feita de ofício pelo ministro Alexandre de Moraes. Foi uma representação feita pela Polícia Federal, que trouxe vários elementos, e também um pedido realizado pela PGR. Há todo um contexto e uma demonstração concreta. Por isso vai ser feito o acautelamento para evitar uma fuga, e depois será feita a análise, para que se mantenha ou não a decisão do ministro”, disse o advogado.

Audiência de custódia

Agora, sob monitoramento da Polícia Federal, Bolsonaro aguarda a audiência de custódia. A sessão está marcada para o meio-dia deste domingo, 23, em formato virtual, segundo divulgou a CNN.

“A audiência de custódia tem como objetivo saber como foi realizada a prisão. O juíz não vai analisar as razões da prisão. É apenas para verificar se houve algum abuso e se foram observadas as determinações feitas pelo ministro. Depois da avaliação, o juíz da audiência e o Ministério Público podem confirmar a prisão do ex-presidente e determinar que ele vá para a Superintendência da Polícia Federal. Não há a possibilidade de ele ir para prisão domiciliar neste momento”, explicou Rodolfo Franco.

A cientista política Bia Gomes, também comentou o cenário na edição do OP News. Para ela, além dos motivos apontados por Moraes para a prisão preventiva de Jair, a queda do Tarifaço imposto por Trump, também pode ter influenciado na decisão.

“Uma das coisas que provavelmente adiantou essa prisão foi a queda do Tarifaço, que, na prática, caiu. A queda dos principais impostos em produtos que a gente realmente exporta, mostra a perda de poder político da família Bolsonaro nos Estados Unidos”, avaliou.

Defesa teme por saúde de Bolsonaro

Ao determinar a prisão preventiva do ex-mandatário, Moraes estabeleceu que ele receba acompanhamento e assistência médica 24 horas por dia na Superintendência da PF. A defesa, porém, voltou a destacar o delicado estado de saúde de Bolsonaro e afirmou que a medida pode “colocar sua vida em risco”.

Para Rodolfo Franco, a decisão de Moraes se adianta ao prever cuidados específicos com a saúde de Bolsonaro, o que enfraqueceria o argumento da defesa.

“Essa narrativa da saúde se enfraquece até depois, durante o cumprimento da pena. A possibilidade de uma prisão humanitária domiciliar não existe mais, a não ser que a saúde do ex-presidente piore de tal forma que fique inviável sua permanência no presídio”, analisa o advogado penal. 

Confira o OP News 1ª edição na íntegra: