DPU avalia federalização das investigações sobre operação no Rio

DPU avalia federalização das investigações sobre operação no Rio

Defensoria Pública da União solicitou perícia independente em mortes de operação no Rio

A Defensoria Pública da União (DPU) avalia a possibilidade de uma federalização de investigações relacionadas à megaoperação que aconteceu no Rio de Janeiro, resultando em, pelo menos, 121 mortes no final de outubro.

Segundo o defensor público-geral, Leonardo Magalhães, foi solicitada ao Supremo Tribunal Federal (STF) a designação de uma perícia independente para acompanhar as investigações e perícias.

"Vamos avaliar a possibilidade de uma federalização do tema da megaoperação que aconteceu no Rio de Janeiro. Para nós, é bastante preocupante. A ADPF635 define alguns critérios de redução de letalidade, de uso proporcional da força", disse Magalhães.

O defensor participou, nesta sexta-feira, 7, do IV Congresso do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus – CNJ), realizado no Centro de Eventos do Ceará. Ao O POVO ele destacou que irá acompanhar o plano homologado pelo Supremo na ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas.

Após a realização da operação, a defensorias da União e do Rio de Janeiro, o Conselho Nacional do Ministério Público, e o próprio Supremo passaram a apurar se as balizas definidas durante o julgamento foram cumpridas. Ao STF, o Governo do Rio de Janeiro defendeu a operação. 

 

“A Defensoria Pública da União vai acompanhar e trabalhar para haver, claro, a investigação independente, se for o caso, a responsabilização daqueles que excederam no uso da força, mas reconhecendo que o direito à segurança pública é o direito de todos nós”, afirmou.

Na quinta-feira, 30 de outubro, a DPU pediu ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relator temporário da ação, autorização para acompanhar a perícia dos corpos dos mortos na Operação Contenção, realizada pelas polícias do Rio de Janeiro.

Na petição, a DPU sustentou que o acompanhamento das perícias era necessário para garantir a preservação da investigação e responsabilizar o Estado, se forem constatadas irregularidades.

“A adequada produção probatória pericial, com acompanhamento técnico independente, mostra-se essencial para a correta distribuição do ônus probatório e para a efetiva responsabilização estatal, quando cabível”, justificou o órgão.

O balanço oficial da operação no estado carioca aponta que a ação deixou 121 pessoas mortas, sendo dois policiais civis e dois militares. Nomes, fotos e idades dos civis foram divulgados em uma lista da Polícia Civil, que também continha anotações criminais e postagens nas redes sociais usadas pela polícia como indicadores de que os mortos tinham ligação com facções.

Castro afirmou no documento enviado ao Supremo que os confrontos entre policiais e criminosos foram concentrados na região de mata para evitar tiroteios nas proximidades de áreas edificadas e resguardar a integridades dos moradores.

A gestão alegou que houve o uso proporcional no nível de força adotado pelas equipes policiais. "Mostrou-se compatível com as ameaças letais enfrentadas e limitou-se à dotação institucional padrão: fuzis semiautomáticos de uso policial, pistolas semiautomáticas, armas de menor letalidade quando aplicáveis e viaturas blindadas destinadas à proteção e à mobilidade tática", apontou o governo.

 

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