Elmano vê CPI como chance de mudar leis: "Em confronto da PM com bandido, que morra o bandido"
Governador do Ceará falou sobre o convite para participar de sessão da CPI do Crime Organizado e defendeu mudanças na legislação e maior integração das forças de segurança com o governo federal
10:44 | Nov. 05, 2025
O governador Elmano de Freitas (PT) falou, na última terça-feira, 4, sobre o convite para ir a uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado e afirmou que vê a iniciativa no Congresso Nacional, como uma "oportunidade" para rever leis e fortalecer o combate às facções criminosas.
O governador também voltou a falar sobre a operação em Canindé, que terminou com a morte de sete suspeitos de integrar facção criminosa e endureceu o discurso contra criminosos que entram em confronto com policiais militares, defendendo que a vida dos PMs seja preservada.
"Tenho impressão que vai ser uma oportunidade muito importante dos governadores do País poderem dialogar com o Congresso Nacional e solicitar medidas legislativas que favoreçam os governos estaduais a enfrentarem o crime, e nós superarmos a situação que temos hoje", avaliou Elmano após reunião da bancada federal cearense, em Brasília.
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Além dele, foram convidados para CPI do Crime Organizado outros dez governadores, entre eles o gestor de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Ministros e autoridades do governo Lula (PT) também foram chamados a participar.
"Eu tenho certeza que todos os governadores vão ficar muito satisfeitos de poder discutir com o Congresso Nacional o enfrentamento ao crime organizado que precisa ser feito no Brasil. Se tem um desafio que nós temos é de mudança legislativa para efetivamente o esforço que estamos fazendo nos estados, de poder enfrentar organizações criminosas poderosas", reforçou Elmano.
O chefe do Executivo cearense mencionou ainda a necessidade de mudar "a lei de progressão de regime de pena para as organizações criminosas" e "integrar mais" as forças de segurança locais com o governo federal.
"Nós, no Ceará, aumentamos em 90% a prisão de faccionados e em quase 40% a prisão de homicidas, e vivenciamos ainda uma situação de prendermos essas pessoas e elas serem soltas por necessidade de mudança legislativa, para dar amparo aos nossos magistrados e promotores e, assim, nós podermos prender pessoas perigosas e que elas permaneçam presas", sinalizou Elmano, ao também considerar "importante" a aprovação da PEC da Segurança Pública.
"Evidentemente, que isso vai gerar um debate de podermos ampliar as unidades prisionais do nosso País para poder garantir ter vaga para prender e manter essas pessoas presas", completou.
Operação policial em Canindé
Na oportunidade, o governador do Ceará voltou a comentar sobre a operação policial que resultou na morte de sete suspeitos de envolvimento com facção criminosa em Canindé, município distante 117 quilômetros de Fortaleza.
"É necessário, muitas vezes, fazer o confronto. E eu já disse algumas vezes: em confronto da Polícia Militar com o bandido, que morra o bandido, e o policial militar possa ter sua vida preservada", disse Elmano.