Leo Suricate critica pré-candidatura de Jr Mano ao Senado: "Faço campanha para votar nulo"

Sessão da Assembleia nesta quinta-feira, 22, foi marcada por bate boca entre deputados motivado por temas relacionados às eleições de 2026

10:15 | Out. 24, 2025

Por: Vítor Magalhães
Deputado Léo Suricate (PSOL) criticou pré-candidatos do PL e PSB ao Senado. (foto: Divulgação)

Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) nessa quinta-feira, 23, o deputado estadual Leo Suricate (Psol) fez críticas a pré-candidatos ao Senado pelo Ceará, dentre eles o também deputado estadual Alcides Fernandes (PL), da oposição e apoiado por Ciro Gomes (PSDB); e o deputado federal Jr. Mano (PSB), da base e apadrinhado pelo senador Cid Gomes (PSB).

"Não sei qual o currículo do deputado Alcides para ser senador do Ceará. A gente já teve a experiência do (Eduardo) Girão, já está bom para nós, já tomamos a lição. Não precisa a gente ter outro Girão. Eu digo para pensarmos em outras possibilidades. Não estou dizendo para votar no candidatos do governo, não. Eu também não vou votar no Júnior Mano, não, viu? Digo para vocês. Se for o Júnior Mano, vou fazer campanha para votar até nulo. Sem brincadeira, nenhuma", declarou Leo em trecho da fala.

Durante a fala, Leo mencionou evento de filiação do ex-ministro Ciro Gomes ao PSDB, que juntou líderes de oposição do PL, União Brasil e alas de deputados do PDT. O parlamentar do Psol citou falas de Ciro endereçadas ao deputado federal André Fernandes (PL), sinalizando possível postulação ao Executivo no futuro.

"Quando eu olho e tenho na extrema direita o André Fernandes, e o Ciro diz, 'futuro governador do Ceará' (...) Qual o currículo do André para ser governador? Além de produção parlamentar, tem que ter voto, capacidade de articulação, e o André desde antes de assumir como deputado, a única coisa que ele fez foi destruir pontes. Agora é que ele tenta reconstruir, mas com outros grupos que foram se fracionando", disse.

Bate boca entre deputados

Instantes depois da fala de Leo, uma confusão se instaurou no Plenário 13 de Maio, envolvendo deputados da base e da oposição. Estavam envolvidos De Assis Diniz (PT), governista; e Cláudio Pinho, Lucinildo Frota e Queiroz Filho, da oposição e do PDT.

A confusão ocorreu após o discurso do deputado Leo na tribuna, que fazia críticas a pré-candidatos a senador. Em dado momento, iniciou-se um conflito verbal entre parlamentares.

De Assis tomou a palavra e falou: "Você não ouviu o que ele disse? Isso é molecagem". Os opositores gritaram do outro lado, mas não é possível ouvir, pela transmissão ao vivo, o que foi dito.

A equipe do O POVO, presente na sessão, registrou parte da confusão; quando De Assis afirma: "Eu ouvi o que ele disse (...) Da cueca (...) Fale com ele, fale com ele", aponta o petista, sem mencionar qual deputado teria feito a afirmação.

Os opositores se aproximaram da mesa diretora para conversar com o petista. No fundo, um deputado grita: "Eles sentiram ontem, sentiram Queiroz", em referência à filiação de Ciro Gomes.

Após o ocorrido, a reportagem conversou com parte dos envolvidos. Cláudio Pinho explicou a situação.

"O deputado Leo Suricate vai à tribuna e fala em tom, às vezes, jocoso e agressivo contra Ciro. Eles dizem que o Ciro está morto (politicamente) e eu nunca vi defunto meter medo. Por outro aspecto, ele disse que não votaria no Ciro, nem no Júnior Mano. Houve por parte de dois colegas que estavam ao meu lado, o questionamento se ele votaria no Guimarães", relata.

Pinho continua a explicação: "O deputado De Assis tomou as dores, porque parece que surgiu na conversa um negócio de 'cuecão' (referência depreciativa a José Guimarães, deputado federal aliado de De Assis). De Assis, como secretário, não podia agir gritando com um colega. E para não ver isso, também entrei na defesa desse colega. Não é porque ele é o primeiro secretário que pode agredir outro deputado. Nós somos parlamentares e somos homens. Do jeito que ele gritou de lá, eu gritei de cá. Mas isso está superado", declarou.